O caso Ritinha da Luz : a legitimação do estupro em Debaixo da ponte preta
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Data
2017Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Ritinha da Luz, 16 anos, solteira, doméstica. Na noite de 23 de junho, ao sair do trabalho, dirigia-se à casa de sua irmã Julieta, residente atrás da Ponte Preta, quando foi atacada por quatro ou cinco indivíduos, aos quais se reuniram mais dois. Mesmo com um distanciamento de mais de 50 anos, o caso da protagonista curitibana criada em 1965 por Dalton Trevisan confunde ficção e realidade não só com relação à pertinência e recorrência da temática, mas também com relação ao julgamento sofrido pe ...
Ritinha da Luz, 16 anos, solteira, doméstica. Na noite de 23 de junho, ao sair do trabalho, dirigia-se à casa de sua irmã Julieta, residente atrás da Ponte Preta, quando foi atacada por quatro ou cinco indivíduos, aos quais se reuniram mais dois. Mesmo com um distanciamento de mais de 50 anos, o caso da protagonista curitibana criada em 1965 por Dalton Trevisan confunde ficção e realidade não só com relação à pertinência e recorrência da temática, mas também com relação ao julgamento sofrido pela vítima perante a justiça/leitor. Acreditando que o elo principal entre conto e realidade, neste caso, se deva ao conjunto de ações que envolve o ato de culpabilizar a vítima, assim como o de justificar e amenizar a gravidade do crime sexual, este trabalho se propõe a analisar como a Cultura do Estupro está presente no conto Debaixo da Ponte Preta. Para isso, se fará um panorama geral sobre o significado e possíveis raízes da Cultura do Estupro, baseado na chamada heterossexualidade compulsória e em concepções de gênero instauradas socialmente. Além disso, tratando-se da violência sofrida por uma jovem negra, serão considerados atravessamentos como estigmas étnicos e de classe, enraizados nas relações senhor/escrava que constituiu a formação do Brasil. ...
Abstract
Ritinha da Luz, 16 years old, single, housemaid. On the night of June 23, after leaving work, while making her way to her sister Julieta, who lived behind the Ponte Preta [Black Bridge], she was suddenly assaulted by four or five individuals — who were joined by other two. Even more than 50 years later, the episode of the female protagonist from Curitiba created in 1965 by Dalton Trevisan still blurs fiction and reality — not only regarding the relevance and reoccurrence of the theme, but also ...
Ritinha da Luz, 16 years old, single, housemaid. On the night of June 23, after leaving work, while making her way to her sister Julieta, who lived behind the Ponte Preta [Black Bridge], she was suddenly assaulted by four or five individuals — who were joined by other two. Even more than 50 years later, the episode of the female protagonist from Curitiba created in 1965 by Dalton Trevisan still blurs fiction and reality — not only regarding the relevance and reoccurrence of the theme, but also regarding the judgement that the victim faces before justice and the reader. With the firm belief that the main link between fiction and reality lies, in this case, within the set of actions which involve the act of blaming the victim, as well as of justifying and subduing the seriousness of the sexual crime, I analyze in what way Rape Culture is present in the short story Debaixo da Ponte Preta [Underneath the Black Bridge]. In order to do so, I will give a general overview on the meaning and possible roots of the Rape Culture, based on the so-called compulsory heterosexuality and on socially instituted conceptions of gender. Furthermore, since the short story deals with the violence suffered by a young black woman, I will consider overlapping subjects such as ethnical and class stigmas, rooted in the relations between master and slave that constituted the formation of Brazil. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Curso de Letras: Português e Italiano: Licenciatura.
Coleções
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TCC Letras (1237)
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