Terrorismo no telejornal : os sentidos apresentados pelo Jornal Nacional sobre o ato de terrorismo e o terrorista nas matérias sobre os atentados de Paris em novembro de 2015

Abstract

O presente trabalho busca investigar os sentidos construídos pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, sobre terrorismo e terrorista nas matérias sobre o ataque a Paris em 2015. O corpus é composto de 57 matérias recolhidas entre 13 de novembro, momento do atentado, e 21 de novembro, totalizando nove dias. A pesquisa utiliza conceitos da Teoria Construcionista (Traquina), de Tuchman, Wolton e Fechine para discutir jornalismo e se ampara nas Teorias do Imaginário de vertente arquetipológica (Durand, Bachelard e Jung) para discutir como se pensa o terrorismo de forma mais ampla. Sobre terrorismo, se ampara em Daniel Dayan para fundamentar a discussão. Através da Análise de Discurso, foram encontradas 78 sequências discursivas, divididas em três formações dominantes: trauma, superbandidos e culpabilidade. A análise indica que os jornalistas utilizam elementos narrativos, especialmente figuras de linguagem, e realizam paralelos com outros atentados terroristas para melhor entendimento do telespectador. Foi possível perceber também, que ao longo da cobertura, os sentidos vão se transformando e se mostrando mais aceitos.

The present work seeks to investigate the meanings constructed by Globo's Jornal Nacional on terrorism and terrorists in the stories about the Paris’ attacks in 2015. The research corpus is composed of 57 reports collected between November 13th, the night of the attack, and November 21st, totalizing nine days. This research uses concepts of the Constructivist Theory (Traquina), of Tuchman’s, Wolton’s and Fechine’s works to discuss journalism, and relies on the Imaginary Theories of archetypical aspect (Durand, Bachelard e Jung) to discuss how we think about terrorism more broadly. On terrorism, we rely on Daniel Dayan to ground the discussion. Through Discourse Analysis (DA) methodology, 78 discursive sequences were found, divided into three dominant discursive formations: trauma, superbandits and culpability. The analysis indicates that journalists use narrative elements, especially language figures, and hold parallels with other terrorist attacks for the viewer to understand better. It was also possible to perceive that, throughout the coverage, the senses became more accepted.