Dito e o não dito : uma análise dos discursos que defendem o Acordo Ortográfico de 1990

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2016Author
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Abstract in Portuguese (Brasil)
A presente monografia analisa os discursos que se originam a partir da discussão em torno do Novo Acordo Ortográfico de 1990. Entendendo discurso como “Movimento dos sentidos” (ORLANDI, 2012, p. 10), me aproprio do conceito de fórmula, de Krieg-Planque, para refletir acerca do que se afirma sobre os sintagmas “Nova Ortografia”, “Novo Acordo” ou ainda “Reforma Ortográfica”, “Unificação Ortográfica”, “Uniformização Ortográfica”. A noção de “fórmula” é antes de tudo uma noção discursiva; logo, é n ...
A presente monografia analisa os discursos que se originam a partir da discussão em torno do Novo Acordo Ortográfico de 1990. Entendendo discurso como “Movimento dos sentidos” (ORLANDI, 2012, p. 10), me aproprio do conceito de fórmula, de Krieg-Planque, para refletir acerca do que se afirma sobre os sintagmas “Nova Ortografia”, “Novo Acordo” ou ainda “Reforma Ortográfica”, “Unificação Ortográfica”, “Uniformização Ortográfica”. A noção de “fórmula” é antes de tudo uma noção discursiva; logo, é necessário considerar que os significados das palavras, para a Análise do Discurso, não se elaboram de forma fixa e absoluta. Isto é, as estruturas de sentido se constroem de forma relativa, interativa, histórica, intersubjetiva, sendo decisiva toda a exterioridade da linguagem. Por isso, como corpus de análise, fiz uso somente de textos de gramáticos e linguistas, pois, sendo enunciadores especializados, os discursos daí provenientes têm plenas condições de ser usados como referência. A partir desse corpus, quero entender, ao menos em parte, os verdadeiros motivos e efeitos da unificação ortográfica de 1990. A intenção geral teve por foco a compreensão daquilo que está para além do Acordo: o seu fundo ideológico. O principal objeto de análise, portanto, são os textos acerca do Acordo de 1990, e não o texto do Acordo em si mesmo, muito menos as mudanças ortográficas que são ali propostas. Isto é, o presente trabalho não se propõe a tratar das questões técnicas que envolvem acentuação gráfica, trema, hífen, consoantes mudas, maiúsculas, minúsculas e etc. Se me referir às mudanças gráficas e ao texto do Acordo em si, será sempre para ressaltar algum aspecto discursivo: não óbvio, implícito, subjetivo. Meu verdadeiro interesse é observar as estruturas textuais que se elaboram sobre o Novo Acordo para, então, desvelar, dentro de minhas limitações discursivas, os significados que residem na opacidade da língua, naquilo que está implícito, naquilo que não está dito. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Curso de Letras: Português e Literatura Portuguesa: Licenciatura.
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