Representações de gênero na literatura infantil de quatro livros do PNBE

Abstract

A Constituição Federal de 1998 e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 definem a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, deixando para trás, pelo menos legalmente, a marca assistencial que ganhava. Como um direito à Educação de todas as crianças, garantido por lei, tem-se como meta governamental, desde então, o incentivo no viés propriamente pedagógico da Educação Infantil, reunindo iniciativas voltadas para a promoção de uma educação de melhor qualidade nas instituições que atendem as crianças de 0 a 5 (outrora 6) anos. Partindo do pressuposto que os livros estão presentes no cotidiano do espaço escolar, seja na contação de histórias, ou por meio do acesso destes diretamente pelas crianças, tomamos como central deste trabalho a temática literária. Mais propriamente, e considerando a importância dos livros desde a mais tenra infância, este trabalho apresenta uma análise de algumas obras selecionadas pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), uma política pública que promove o acesso à cultura com a intenção de formar alunos leitores e professores, notadamente a partir de títulos que concentrem discussões sobre gênero. Assume-se, como referencial teórico desta investigação, a produção de autores e autoras não apenas vinculados ao campo direto dos debates sobre estes conceitos, mas, sobretudo, aqueles que se voltam à articulação decisiva entre gênero sexualidade e infância, tais como Jane Felipe, Bianca Guizzo e Suyan Pires. Assim, por meio da discussão de quatro obras, pertencentes aos acervos do PNBE e, portanto, distribuídas gratuitamente nas escolas públicas, efetuou-se a análise voltada a alguns aspectos, em especial: as representações de gênero. Os títulos foram: Anton e as meninas, de Ole Konnecke; Meninos de verdade, de Manuela Otten, Alô, Mamãe! e Alô, Papai!, de Alice Horn e O vestido luminoso da princesa, de Ivan Angelo. Entendo a literatura como arte e como um instrumento de comunicação com grande potencial cultural, pedagógico e lúdico, sendo uma ferramenta indispensável no espaço educativo seja pelo potencial prazeroso, artístico e formativo daí, portanto, a justificativa da escolha por este tema de análise e debate.