Santa Catarina : desenvolvimento, desigualdades regionais e ação do Estado no início do século XXI

Abstract

O aumento das desigualdades entre as regiões catarinenses foi tema de grande interesse no estado nos anos 2000. No início do período, o governo de Santa Catarina levou a cabo uma política que pretendia ser pró-ativa no combate às desigualdades regionais, que implicou na instalação de 36 (trinta e seis) secretarias de desenvolvimento regional (SDRs) em todas as regiões do estado. Em que pese o ineditismo e as intenções declaradas da política, seus efeitos sobre as desigualdades regionais não puderam ser notados. A análise dos dados para o período de operação da política denotam que as desigualdades acentuaram-se, com as regiões mais próximas do litoral concentrando as melhores condições de crescimento econômico. Considerando as contribuições hoje majoritárias no campo da economia regional, este trabalho propôs que fossem considerados fatores locais para auxiliar na compreensão dessas desigualdades. Nesse sentido, verificou-se que as regiões mais dinâmicas economicamente são também aquelas que reúnem as melhores condições de aprendizagem. Na parte final do trabalho, observou-se que o âmbito municipal é o prevalecente, não sendo possível verificar a existência de relações capazes de impactar na aprendizagem ou na construção territorial no plano regional. No que tange às políticas, notou-se que há uma homogeneidade muito grande na forma de atuar do estado, em que pese o fato das estruturas das secretarias nas regiões mais ricas serem melhores.

The increase in inequality between the regions of Santa Catarina state, in Brazil, was the subject of great interest in the 2000s. Early in the period, the government of Santa Catarina has carried out a policy that was intended to be proactive in the fight against regional inequalities, which involved the installation of 36 regional development offices (SDRs) in all regions of the state. Despite the novelty and the declared intentions of the policy, its effects on regional inequalities could not be noticed. Data analysis for the policy period of operation denote that inequalities grow up, with the nearest coastal regions concentrating the best conditions for economic growth. Considering the main actual contributions in regional economy, this work proposed to be considered local factors to assist in the understanding of these inequalities. In this sense, it was found that the most economically dynamic regions are also those that bring together the best learning conditions. In the final part of the work, it was observed that the municipal level is prevalent, it is not possible to verify the existence of relationships able to impact the learning or territorial building at the regional level. With respect to policy, it noted that stands out a very great homogeneity in the way of acting, despite the fact that the structures of the secretariats in the wealthier regions are best.