Mostrar registro simples

dc.contributor.advisorAlmeida, Jalcione Pereira dept_BR
dc.contributor.authorParedes Peñafiel, Adriana Paolapt_BR
dc.date.accessioned2016-10-28T02:18:08Zpt_BR
dc.date.issued2016pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/149329pt_BR
dc.description.abstractEste trabalho de tese trata das dinâmicas da mineração a céu aberto e seus efeitos na água da região andina de Cajamarca, ao norte do Peru. O objetivo consiste em analisar “desenhos locais” que entram em conflito com os desenhos propostos – e alguns já instalados – pela mineração moderna, que começam a proliferar no Peru a partir de 1990 como um caminho inquestionável de desenvolvimento. Por meio de pesquisa de abordagem etnográfica, realizada entre 2013 e 2014, analisam-se dois casos. No primeiro, examinam-se as diferenças ontológicas mobilizadas pelas pessoas como resultado de ações causadas pelo projeto de mineração Conga, que “sacrificará” importantes lagoas na região de Cajamarca, Peru. Nesse contexto, campesinos e ronderos do centro poblado El Tambo têm se organizado para vigiar a lagoa Mamacocha. Observa-se que a relacionalidade dos campesinos com Mamacocha é ativada pela realidade da experiência vivida com a água, que começou a desaparecer a partir dos projetos de mineração, mas que é coproduzida em “encontros” com outras concepções ontológicas. Tais encontros dinamizam histórias orais da memória local. Para além de uma representação essencialista do conhecimento indígena versus o científico, são os diferentes regimes de relação com a água que intensificam colaborações entre os coletivos. O efeito é a emergência de “Mamacocha estendida”, sinalizada nas manifestações como “obra de Deus”, “água que alimenta” e “aquíferos”, a depender das relações e dos grupos, e dos campesinos como “guardiões das lagoas”. A noção de “alimentar” aparece em diálogos com campesinos que enfatizam relações entre as colheitas, os canais de irrigação e os puquios (nascentes de água) salientando que as lagoas não podem ser substituídas por reservatórios artificiais que a empresa propõe construir. Em um segundo caso, analisa-se como o desenho de uma mina a céu aberto na cidade de Hualgayoc, região próxima à anterior, influencia as pessoas que inicialmente desenhavam na terra, os velhos mineiros de socavão. Embora os mineiros articulem a história de um passado mineiro, o seu esforço por negociar suas relações com a empresa mineira oscilam entre antagonismo e expectativas por uma ocupação neste mercado de trabalho. Muitos deles são ignorados pelas grandes empresas por não serem os “mineiros modernos” que hoje manipulam maquinarias sofisticadas, apesar de terem trabalhado por muito tempo no socavão. Quando o centro urbano de Hualgayoc se tornou uma AID (Área de Influência Direta) da mineração a céu aberto, os seus habitantes foram categorizados em classificações específicas que os reprimem. Além disso, o que mostra o caso de Hualgayoc é que o projeto mineiro somente oferece trabalho pelas falhas que ele mesmo causa ao ser implementado. Esta perda é vista como uma oportunidade de trabalho para contratar pessoas que possam trazer água de outros lugares. Os efeitos na natureza e nas pessoas são reais, e, principalmente, os efeitos nas águas andam em paralelo com os projetos de vida de muitas pessoas que resistem ao projeto mineiro. Estes dois casos na região emblemática de Cajamarca ilustram os conflitos em torno de desenhos, relações e desenvolvimento.pt_BR
dc.description.abstractThis PhD dissertation is about the dynamics of open-pit mining activity and related controversies around water in the Andean region of Cajamarca, Peru. The goal is to analise “local designs” that are threatened by designs - some of them are already encroached on the land used by campesinos - coming from modern mining whose proliferation started in 1990 as a non-questionable way to development. Based on ethnographic research conducted between 2013 and 2014 in the region of Cajamarca, this work analises two cases. The first one, I examine ontological differences mobilized by people when the Yanacocha Mining Company officially announced its proposal to construct an open-pit copper-gold mine and would require draining important lagoons. In this context, campesinos (peasant farmers) and ronderos (rural patrol) from the hamlet of El Tambo organized themselves in order to guard the Mamacocha lagoon. Based on fieldwork in the area of the proposed Conga Mining Project, the author argue that the relationality between the campesinos and Mamacocha results from campesinos’ lived experiences with water that started to scarce, but it is also produced through encounters with other ontological conceptions. Those encounters activate older narratives about Mamacocha. These different ways of knowing designing should not be understood as an essentialist representation of ‘Indigenous’ knowledge that stands in opposition to ‘Western’ or scientific knowledge. Different regimes of relations with water intensify collaborations bewteen collectivities. The effect is the enactment of an “extended Mamacocha” as “God’s creation”, “water that nourishes” and “aquifers” and the campesinos as “Guardians of the Lagoons”. The concept of ‘nourishment’ appeared in dialogues with campesinos, emphasizing the relationship between food crops, irrigation channels, and natural water springs, could not be replaced with artificial reservoirs that the company proposed to build. In the second case, I analise how the design of an open-pit mine in the city of Hualgayoc, close to the previous area, influences people who used to be underground miners. Even though, miners articulate a narrative that Hualgayoc is a “mining region”, their efforts to negotiate with the mining company oscilate between antagonism and expectations for jobs. Some of them are ignored for not being modern miners that manipulate sophiscated machines, even though they have worked as underground miners for decades. When the urban center of Hualagyoc became an ADI (area of direct influence), their residents were also categorized in specific classification that repress them. Besides, the case shows that the Project offers jobs because of their own failures during its implementation. This loss is seen as an oportuniuty for hiring people that could bring water from other places. The effects on the environment and people are real, they travel through parallel worlds. These two cases in the emblematic region of Cajamartca illustrate conflicts around designs, relations and development.en
dc.format.mimetypeapplication/pdf
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectWateren
dc.subjectMineraçãopt_BR
dc.subjectPerupt_BR
dc.subjectMiningen
dc.subjectDevelopmenten
dc.subjectConflicten
dc.subjectRelationalityen
dc.titleDesenhos, relações e desenvolvimento : conflitos em torno da mineração na região andina de Cajamarca, Perupt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001003232pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Ciências Econômicaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Ruralpt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2016pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Thumbnail
   

Este item está licenciado na Creative Commons License

Mostrar registro simples