Hölderlin e a autoridade da ficção : relendo as Observações e Coragem de Poeta (Dichtermut) com olhos contemporâneos
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Data
2013Tipo
Assunto
Resumo
Este artigo parte da reflexão hölderliniana sobre o Eu absoluto de Fichte e o deslocamento do seu interesse para a poetologia: a lógica do estado poético que adivinha, nas metáforas, uma dimensão aquém e além da linguagem discursiva. Somente à expressão poética dá acesso a outras formas de ser e saber, não mais centradas sobre a consciência e o conhecimento do sujeito. Perseguindo esta exploração poetológica, Hölderlin volta-se para Sófocles, esboça as primeiras reflexões sobre a alteridade des ...
Este artigo parte da reflexão hölderliniana sobre o Eu absoluto de Fichte e o deslocamento do seu interesse para a poetologia: a lógica do estado poético que adivinha, nas metáforas, uma dimensão aquém e além da linguagem discursiva. Somente à expressão poética dá acesso a outras formas de ser e saber, não mais centradas sobre a consciência e o conhecimento do sujeito. Perseguindo esta exploração poetológica, Hölderlin volta-se para Sófocles, esboça as primeiras reflexões sobre a alteridade deste sujeito (poético) descentrado. Mais “alma” que consciência (mestra de si), ele se move num espaço-tempo que escapam em grande parte à vontade do sujeito consciente de si e do mundo. Estas reflexões preparam a ideia nietzscheana da tensão entre o dionisíaco e o apolíneo; elas inspiraram Heidegger (entre outros autores como Lacan e Derrida) e esboçaram os traços centrais de algumas abordagens contemporâneas sobre as relações entre ideias da razão e representação literária, e sobre a autoria e a autoridade da ficção (B. Williams, J. M. Coetzee). ...
Abstract
This article deals with the ‘poetology’, i.e, Hölderlin’s idea that poetry has a logico f its own, which results from his critique of Fichte’s concept of the Absolute Ego. In order to further investigate the poetical logic, Hölderlin returns to Sophocles’ tragedies and tries to outline what distinguishes the de-centralizes subjectivity of poetical thought: this subjectivity is closer to a ‘soulful’ entity than to what we call ‘consciousness’, says Hölderlin, and he describes it as moving in an ...
This article deals with the ‘poetology’, i.e, Hölderlin’s idea that poetry has a logico f its own, which results from his critique of Fichte’s concept of the Absolute Ego. In order to further investigate the poetical logic, Hölderlin returns to Sophocles’ tragedies and tries to outline what distinguishes the de-centralizes subjectivity of poetical thought: this subjectivity is closer to a ‘soulful’ entity than to what we call ‘consciousness’, says Hölderlin, and he describes it as moving in an imaginary space which is not entirely at his command. These reflexions prepare Nietzsche’s ideas of the tension between the Dionysian and the Apollinean; they inspired Heidegger (and Lacan, and Derrida), influencing numberless modern theories concerning the relations between the literary, authorship and authority in fiction (for exemple, B. Williams or J. M. Coetzee). ...
Contido em
Philia&Filia. Porto Alegre, RS. Vol. 4, n. 1 (jan./jul. 2013), f. 122-137
Origem
Nacional
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