Educação de bebês : nas entrelinhas de uma prática com bebês

Abstract

O presente estudo surge de inquietações acerca da tradicional ação docente com bebês, que por muito tempo negligenciou esses sujeitos como interlocutores e parceiros na relação professor-criança-conhecimento, na condição de sujeitos com habilidades sociais, linguageiros e capazes de reproduzir e criar sua própria cultura. Tem como objetivo investigar as concepções de uma escola de educação infantil e de uma educadora sobre seus alunos de 0 a 2 anos, bem como, as práticas pedagógicas decorrentes dessas concepções. Traz como referencial teórico Fochi (2013), Gobbato (2011) e Pereira (2011). Tal escolha teórica contribui para repensar a concepção mais tradicional de criança de 0 a 2 anos, entendida como agente passivo, incapaz de se comunicar e com total dependência do adulto e, consequentemente, repensar e repropor a ação docente junto a esta faixa etária. A pesquisa, de caráter qualitativo, faz uso do método “estudo de caso”. Para tanto, utiliza a observação direta, os registros do diário de campo, o projeto pedagógico da turma, o projeto Político-Pedagógico da escola, fotos e filmagens produzidas pela pesquisadora e entrevista com a professora titular da turma. Ao analisar as concepções de criança em curso, entende que há um descompasso entre a concepção expressa no documento da escola e a das práticas da professora, como também, uma contradição entre o que pretende a escola neste documento e a formação dos profissionais que contrata para atuar junto às crianças desta faixa etária.