O uso sistemático do estupro em conflitos : um estudo de caso acerca de suas motivações no conflito interno da Guatemala (1960-1996)
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Data
2013Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
A violência sexual dirigida contra o gênero feminino, em especial o estupro, é historicamente presente nos conflitos armados. Inicialmente perpetrada principalmente com o intuito de satisfazer sexualmente os combatentes, a prática do estupro se apresenta em determinados momentos históricos como um padrão operacional que objetiva aterrorizar a população e cujos alvos principais são mulheres não-combatentes. As consequências dessa prática são devastadoras para as vítimas, que sofrem com o estigma ...
A violência sexual dirigida contra o gênero feminino, em especial o estupro, é historicamente presente nos conflitos armados. Inicialmente perpetrada principalmente com o intuito de satisfazer sexualmente os combatentes, a prática do estupro se apresenta em determinados momentos históricos como um padrão operacional que objetiva aterrorizar a população e cujos alvos principais são mulheres não-combatentes. As consequências dessa prática são devastadoras para as vítimas, que sofrem com o estigma, a culpa, a vergonha e os danos psicológicos e físicos, e para as suas comunidades, que se tornam mais vulneráveis devido à perda de sua coesão social. Tal realidade se fez presente durante as mais de três décadas de conflito interno vivenciadas pela Guatemala, no qual a violência sexual era parte sistemática de massacres cometidos contra a população. Ruth Seifert analisa o ocorrência do fenômeno e encontra duas principais motivações para tal: a identidade de gênero e a identidade étnica. O objetivo do presente trabalho é testar a validade dessa premissa no caso guatemalteco, entendendo a formação de ambas identidades e o seu uso como justificativa para a violência. Espera-se, com isso, identificar as motivações do uso do estupro nos conflitos do país para que se possa contribuir para o campo de pesquisa do uso do estupro em conflitos. ...
Abstract
Gendered sexual violence, specially rape, is historically present in armed conflicts. Initially perpetrated in order to sexually satisfy combatants, the practice has presented itself in determined moments as an operational pattern that aims at terrify the population and whose main targets are non-combatant women. The consequences of such practice are devastating for the victim, who suffers with the stigma, the blame, the same, and psychological and physical damage, and to their communities, tha ...
Gendered sexual violence, specially rape, is historically present in armed conflicts. Initially perpetrated in order to sexually satisfy combatants, the practice has presented itself in determined moments as an operational pattern that aims at terrify the population and whose main targets are non-combatant women. The consequences of such practice are devastating for the victim, who suffers with the stigma, the blame, the same, and psychological and physical damage, and to their communities, that become more vulnerable due to the loss of social cohesion. Such frame has been present in the three-decade conflict in Guatemala, I which sexual violence was a systematic part of the slaughters committed against the population. Ruth Seifert analyze the phenomenon and finds two main motivations for such: gender and ethnic identities. The goal of the present research is to test the validity of such premise in the Guatemalan case, understanding the formation of both identities and their use as justification for violence. We hope that this will bring light over the motivation for war rape in the country, contributing to the research field on war rape in general. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Curso de Relações Internacionais.
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