Estudo de síndrome metabólica em pacientes esquizofrênicos tratados com antipsicóticos
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Date
2006Author
Advisor
Academic level
Master
Type
Abstract in Portuguese (Brasil)
Introdução: Existem evidências de altas taxas de morbi-mortalidade de pacientes esquizofrênicos por doenças cardiovasculares possivelmente relacionadas à presença de componentes da síndrome metabólica e conseqüente risco cardiovascular aumentado, e o uso de antipsicóticos de primeira (APGs) e de segunda geração (ASGs) são conhecidamente implicados nestas alterações metabólicas. Objetivo: Determinar a presença de síndrome metabólica (SM) e sua associação com o uso de APGs (haloperidol, pimozida, ...
Introdução: Existem evidências de altas taxas de morbi-mortalidade de pacientes esquizofrênicos por doenças cardiovasculares possivelmente relacionadas à presença de componentes da síndrome metabólica e conseqüente risco cardiovascular aumentado, e o uso de antipsicóticos de primeira (APGs) e de segunda geração (ASGs) são conhecidamente implicados nestas alterações metabólicas. Objetivo: Determinar a presença de síndrome metabólica (SM) e sua associação com o uso de APGs (haloperidol, pimozida, sulpirida, tioridazida, levomepromazina e clorpromazina) e de ASGs (risperidona, clozapina, olanzapina, amisulprida e ziprasidona) em pacientes esquizofrênicos adultos crônicos atendidos no Ambulatório de Esquizofrenia e Demência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (PRODESQ), através do Sistema Único de Saúde/ SUS. Método: Este estudo transversal incluiu 124 pacientes (93 homens) encaminhados consecutivamente, com diagnóstico de esquizofrenia pelos critérios do DSM-IV e do CID-10, através do Operational Criteria Checklist for Psychotic Disorders. Foram coletadas amostras de sangue a fim de obter valores de colesterol e frações, glicose e triglicerídeos séricos. Os pacientes foram avaliados para SM, segundo o National Cholesterol Education Program, modificado para a glicemia de jejum (> 100 mg/dL) e para a circunferência da cintura que foi substituída pelo índice de massa corporal (IMC) onde não foi possível obter a medida. Todos os pacientes assinaram termo de Consentimento Informado e estavam em tratamento de antipsicóticos há, pelo menos, 9 semanas. Resultados: Houve elevada prevalência de pacientes (72,7%) com excesso de peso (sobrepeso e obesidade) com médias significativamente maiores do que a população de Porto Alegre/ RS (χ² = 43,294; p<0,001) e do Brasil (χ² = 60,835; p<0,001). A maioria dos pacientes apresentou dislipidemia (84,7%). Os usuários de ASGs tiveram HDL mais baixo e percentual de dislipidemia mais elevado comparados com os de APGs. Houve efeito significativo de IMC elevado (p=0,033, OR = 3,3 (1,1-9,8) e de ASGs (p=0,021, OR = 3,5 (1,1-11,2), ajustado para idade e sexo, na regressão logística para dislipidemia, e efeito significativo de idade para hiperglicemia (p=0,030, OR = 1,1 (1,0-1,1). Quanto ao diagnóstico de SM, a população estudada apresentou uma prevalência de 55,6%, sendo que os fatores preditores foram a idade (OR = 1,19; IC 95%= 1,08-1,32) e o uso de clozapina (OR = 8,29; IC 95%= 1,70-40,39). Discussão: Houve maior prevalência de sobrepeso/obesidade entre a população esquizofrênica do que entre a população geral, evidenciados pelo IMC. Uma grande parcela destes pacientes apresentou dislipidemia, e mais da metade obteve o diagnóstico para SM. Este aumentou de forma progressiva de acordo com a idade, sendo que o uso de clozapina mostrou ser um preditor importante, provavelmente pela sua maior associação com ganho de peso e alterações metabólicas, quando comparado ao uso dos demais antipsicóticos. Os resultados mostraram a necessidade do tratamento adequado de excesso de peso e dislipidemia em esquizofrenia, especialmente aos usuários de ASGs, a fim de prevenir as co-morbidades associadas à síndrome metabólica, permitindo uma melhoria da qualidade de vida destes pacientes. Neste sentido, intervenções educativas direcionadas aos pacientes e suas famílias devem ser incluídas nas políticas públicas de atendimento em saúde para esta população. ...
Abstract
Introduction: There is evidence of high rates of mobimortality of schizophrenic patients due to cardiovascular diseases possibly related to the presence of metabolic syndrome components and, consequently, increased cardiovascular risk, and the use of first (FGAs) and second (SGAs) generation antipsychotics are widely involved in these metabolic alterations. Objective: To determine the presence of metabolic syndrome (MS) and its association with the use of FGAs (haloperidol, pimozide, sulpiride, ...
Introduction: There is evidence of high rates of mobimortality of schizophrenic patients due to cardiovascular diseases possibly related to the presence of metabolic syndrome components and, consequently, increased cardiovascular risk, and the use of first (FGAs) and second (SGAs) generation antipsychotics are widely involved in these metabolic alterations. Objective: To determine the presence of metabolic syndrome (MS) and its association with the use of FGAs (haloperidol, pimozide, sulpiride, thioridazine, levomepromazine and chlorpromazine) and SGAs (risperidone, clozapine, olanzapine, amisulpride and ziprazidone), in adult chronic schizophrenic outpatients followed at the Schizophrenia and Dementia Program at a major teaching hospital in Porto Alegre, Brazil. Method: This cross-sectional study included 124 consecutive patients (93 men) diagnosed with schizophrenia through DSM-IV and ICD-10 with the Operational Criteria Checklist for Psychotic Disorders. Blood samples were collected in order to obtain cholesterol and fractions, glucose and triglycerides levels. Patients were assessed for MS according to the National Cholesterol Education Program, modified for fasting glucose (≥ 100 mg/dL) and waist circumference, which was substituted by body mass index (BMI) where it was not possible to obtain the measure. All patients signed the informed consent and were using antipsychotics for at least 9 weeks. Results: There was elevated prevalence of overweight and obesity (72.7%) with significantly higher means than the population of Porto Alegre (χ² = 43.294; p<0.001) and Brazil (χ² = 60.835; p<0.001). Most patients showed dyslipidemia (84.7%). SGA users had lower HDL and higher percentage of dyslipidemia compared to FGA users. Elevated BMI showed significant effect (p=0.033; OR=3.3; 1.1-9.8) and SGAs (p=0.021; OR=3.5; 1.1-11.2), adjusted for age and gender in the logistic regression for dyslipidemia, and significant age effect for hypoglycemia (p=0.030; OR= 1.1; 1.0-1.1). As far as MS diagnosis is concerned, the population studied showed prevalence of 55.6% and predictors were age (OR = 1.19; 95% CI = 1.08-1.32) and the use of clozapine (OR = 8.29; 95% CI = 1.70-40.39). Discussion: There was higher prevalence of overweight/obesity among the schizophrenic population than in the population in general, showed by BMI. A large number of these patients showed dyslipidemia and more than half of them were diagnosed with MS, which increased progressively according to age. The use of clozapine was regarded as an important predictor, probably due to its stronger association with weight gain and metabolic alterations when compared to use of other antipsychotics. Results showed the need for assertive treatment of excess weight and dyslipidemia in schizophrenia, especially to SGA user, in order to prevent co-morbidities associated with metabolic syndrome, bringing improvement in the quality of life of these patients. Therefore, educational interventions towards patients and their families should be part of public health policies for this population. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Psiquiatria.
Collections
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Health Sciences (9085)Psychiatry (439)
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