A situação na península coreana : estrutura, panorama e cenários
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Data
2011Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
O presente trabalho tem como tema a situação na Península Coreana, que permanece dividida entre norte e sul como herança da Guerra Fria e do colonialismo japonês, e as relações da República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte) e da República da Coreia (Coreia do Sul) entre si e entre elas com os atores regionais. O objetivo central do mesmo é analisar os possíveis desdobramentos políticos que podem vir a ocorrer na região, bem como os impactos oriundos desses desdobramentos, através ...
O presente trabalho tem como tema a situação na Península Coreana, que permanece dividida entre norte e sul como herança da Guerra Fria e do colonialismo japonês, e as relações da República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte) e da República da Coreia (Coreia do Sul) entre si e entre elas com os atores regionais. O objetivo central do mesmo é analisar os possíveis desdobramentos políticos que podem vir a ocorrer na região, bem como os impactos oriundos desses desdobramentos, através da utilização de ferramentas disponibilizadas pelo cálculo de cenários. Com isso, abstrai-se uma estrutura analítica comum para a compreensão dos desdobramentos políticos e militares na Península Coreana. Busca-se analisar também o papel dos principais atores regionais envolvidos no conflito: Coreia do Norte, Coreia do Sul, Estados Unidos da América (EUA), República Popular da China, Japão e Rússia. Para tanto, o trabalho divide-se em três capítulos. O primeiro foca a formação estrutural da identidade nacional atual dos coreanos, notadamente o passado comum, mas com a oposição entre as identidades das duas Coreias (ser sul-coreano é não ser norte-coreano e vice-versa). Um apanhado histórico de desde o final do séc. XIX até o final da Guerra Fria é realizado, e ele determina que os regimes político-econômicos divergentes são os principais legados deixados pela história às relações políticas intercoreanas. Já o segundo momento trata do período pós-Guerra Fria e os dias de hoje para a identificação da disputa entre neoconservadores e não-conservadores como sendo as forças em jogo atualmente. Ele também delimita a infraestrutura energética, a integração regional, a sucessão política nas potências regionais e a situação humanitária na Coreia do Norte como os principais indicadores políticos e econômicos atuais. Por fim, o terceiro capítulo traça um panorama político, identificando as principais variáveis estruturais, baseado nos capítulos anteriores: a política interna dos dois países, o ambiente regional, a situação econômica (inserido aí a questão energética e humanitária) e o fator cultural. Nele se desenham os três cenários propostos, quais sejam: a manutenção do status quo; o colapso norte-coreano e intervenção humanitária; e a reconciliação/federação coreana. No primeiro, a divisão permaneceria, mas com um aumento da interdependência entre os dois países e manutenção de conflitos de baixa e média intensidade; equilíbrio de forças regional é mantido. No segundo, poderia haver escalada do conflito em termos militares ou então o desafio jazeria na manutenção da paz e na reconstrução do Estado norte-coreano, sendo que o desempenho de cada ator seria determinante no equilíbrio de poder regional. O último cenário prevê um aumento da interdependência complexa entre os dois lados da península com diminuição de hostilidades, mas de perfil político incerto. Enfim conclui-se que o futuro da situação da Península Coreana está atrelado à polarização e à correlação de forças regionais, além da questão econômica interna de cada uma das Coreias. Percebe-se que no curto prazo há uma tendência à manutenção do status quo, mas que no médio e longo prazo o aumento da interdependência entre as Coreias pode vir a engendrar novas pressões em direção à reunificação. ...
Abstract
The present paper deals with the situation in the Korean Peninsula, which remains divided between North and South as a heritage of the Cold War and the Japanese colonialism, and with the relations of the Democratic People’s Republic of Korea (North Korea) and of the Republic of Korea (South Korea) between themselves and with regional actors. Its main goal is to analyze the possible outcomes which may occur in the region, as well as the impacts coming from them, through the utilization of tools ...
The present paper deals with the situation in the Korean Peninsula, which remains divided between North and South as a heritage of the Cold War and the Japanese colonialism, and with the relations of the Democratic People’s Republic of Korea (North Korea) and of the Republic of Korea (South Korea) between themselves and with regional actors. Its main goal is to analyze the possible outcomes which may occur in the region, as well as the impacts coming from them, through the utilization of tools provided by the calculation of scenarios. With it, a common analytical structure for the understanding of political and military outcomes in the peninsula is deduced. The analysis of the role of the main regional actors involved in the conflict is also sought and they are: North Korea, South Korea, the United States of America, the People’s Republic of China, Japan and Russia. For that, the paper is divided between three chapters. The first focuses on the current Korean national identity’s structural formation, notably their common historical background, but with an opposition between the identities of the two Koreas (being South Korean means not being North Korean and vice-versa). A historical overview of since the end of the 19th century until the end of the Cold War is made, and it determines that the divergent politicaleconomic regimes are the main legacies left by History to the inter-Korean political relations. The second moment copes with the post-Cold War period and the current days in order to identify the dispute between neoconservatives and non-conservatives as the main forces at play nowadays. It also delimits the energy infrastructure, the regional integration, the political succession in regional powers and the humanitarian situation in North Korea as the principal political and economic indicators today. Finally, the third chapter delineates a political overview, identifying the main structural variables, based on the previous chapters: the internal politics of each country, the regional environment, the economic situation (comprising the energy and humanitarian questions) and the cultural factor. In it, the three proposed scenarios are drawn, namely: maintenance of the status quo; North Korean collapse and humanitarian intervention; and reconciliation/Korean federation. On the first, the division would remain, but with an increase in the interdependence between both countries and the conservation of low and medium intensity conflicts; the regional balance of power is kept the same. On the second, there might be an escalation of the conflict in military terms or the challenge would lie on peacekeeping and North Korean state-building, so that the performance of each actor would be decisive on the regional balance of power. The last scenario foresees an increase of the complex interdependence between both sides of the peninsula with a decrease in hostilities, but of uncertain political profile. Ultimately it is concluded that the future of the Korean Peninsula’s situation is linked to the regional polarization and to the regional correlation of forces, besides the internal economic question of each of the Koreas. It is noticed that in the short term there is a tendency towards the maintenance of the status quo, but that in the medium and long run the increase of the interdependence between the Koreas may come to engender new pressures towards reunification. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Curso de Relações Internacionais.
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