A busca da aprendizagem autônoma de língua estrangeira no contexto acadêmico

Abstract

Esta pesquisa analisa o processo de desenvolvimento da autonomia de nove alunos sendo preparados para tornarem-se professores de inglês. Baseando-se em princípios etnográficos relata-se como eles definem suas metas no curso; como eles concebem seus papéis como aprendizes; como buscam suas metas; como preferem trabalhar: em par, em grupo ou sozinhos e de que critérios se utilizam para optar por uma ou outra forma; se detectam suas dificuldades como aprendizes procurando soluções para elas; como se avaliam e como lidam com as oportunidades para tomar responsabilidade sobre sua aprendizagem. Esses dados foram gerados durante um semestre letivo em: reuniões de aconselhamento em um centro de auto-acesso (CAAL) na Universidade Católica de Pelotas, por meio da observação e gravação de aulas de inglês nas quais os participantes estavam matriculados; sessões de visionamento das aulas gravadas com os participantes e ainda um diário mantido pela pesquisadora durante a coleta de dados. Os resultados mostraram que, para verificar se um aprendiz é autônomo ou não, é necessário levar-se em conta que autonomia pode ocorrer em diferentes áreas, tempos e níveis, dependendo de uma complexa rede de fatores como personalidade, questões culturais e crenças formadas ao longo dos anos escolares. Essa variação faz com que o aprendiz determine uma demarcação de território imaginária em que, conforme o lugar onde se encontra, exerce mais ou menos autonomia. Os resultados têm implicações pedagógicas, principalmente porque urge a criação de espaço no cenário educacional para que, por profunda reflexão e discussão, se repensem os papéis de seus integrantes e descubra-se como o aprendiz pode, em termos práticos, tornar-se mais responsável pela busca de seu conhecimento.

This research aims at observing how the process of autonomy development occurs in nine undergraduate students, future English teachers. Based on ethnographic principles, the data analysis reports how they define their aims in their language course; how they conceive their roles as learners; how they search for their aims; how learners prefer to work: in pairs, in group or alone; whether they detect their difficulties as learners; whether they are capable of looking for solutions for their difficulties and problems; how they evaluate themselves and how they deal with opportunities to make decisions over their learning. The data was generated during a whole school semester during: counseling meetings (interviews) in a self-access center (CAAL) at the Catholic University of Pelotas through observation and video recording of English classes in which these students take part; viewing sessions of the classes recorded, and also through a diary with my impressions about the process. Results have shown that, in order to check whether a learner is autonomous or not, it is necessary to consider which concept of autonomy we are dealing with and also take into account that autonomy may happen in different areas, times and levels depending on a complex net of factors such as personality traits, cultural matters and beliefs formed along school years. This variation makes learners set imaginary territories in which, according to where they are, they exercise more or less autonomy. The results have pedagogical implications especially because it urges the opening for new spaces in the educational scenario. This way, through a profound reflection and discussion, the roles of its participants can be redefined and figured out how the learner can, in practical terms, become more responsible in the search of his knowledge.