Teoria das expectativas racionais no Brasil : uma avaliação empírica das expectativas do mercado e das projeções do Banco Central

Abstract

Este trabalho analisa a validade da Hipótese das Expectativas Racionais no contexto brasileiro. O objetivo principal é avaliar se as previsões do mercado e do Banco Central do Brasil estão em conformidade com a hipótese de racionalidade. Para isso, adota-se uma abordagem quantitativa, com base em dados da Pesquisa Focus e dos Relatórios de Inflação do Banco Central, referentes ao período de 2004 a 2024, sobre os quais são aplicados testes de racionalidade por meio da estimação de modelos de regressão linear. Os resultados indicam que ambas as instituições não satisfazem plenamente os critérios de racionalidade em determinados testes. Os achados estão alinhados à literatura existente, ao sugerirem que formulações alternativas à hipótese de racionalidade plena, como a de racionalidade imperfeita, oferecem uma descrição mais realista do processo de formação de expectativas. Tais resultados têm importantes implicações para a formulação de políticas econômicas, uma vez que a eficácia dessas políticas depende criticamente do modelo de formação de expectativas adotado.

This study examines the validity of the Rational Expectations Hypothesis in the Brazilian context. The main goal is to assess whether the forecasts produced by the market and the Central Bank of Brazil are consistent with the rationality assumption. To this end, a quantitative approach is employed, based on data from Central Bank’s Focus Survey and Inflation Reports, covering the period from 2004 to 2024. Rationality tests are applied through the estimation of linear regression models. The results indicate that both institutions fail to fully meet the criteria of rational expectations in certain tests. These findings are consistent with the existing literature, suggesting that alternative formulations to the full rationality hypothesis, such as imperfect rationality, offer a more realistic description of the expectation formation process. These results carry important implications for future economic policy making, as the effectiveness of such policies critically depends on the underlying model of expectation formation.