Economia comportamental : uma revisão teórica

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar os fundamentos teóricos da Economia Comportamental e discutir suas implicações práticas, a partir de uma revisão bibliográfica de publicações entre 2015 e 2024. Fundamentado em uma abordagem qualitativa e exploratória, o estudo organiza os principais conceitos do campo em quatro eixos: avanços conceituais, nudges e arquitetura de escolha, aplicações práticas e implicações éticas e metodológicas. A análise revela que a Economia Comportamental representa uma crítica ao modelo racional clássico, ao incorporar elementos como racionalidade limitada, heurísticas cognitivas, vieses sistemáticos e emoções no processo decisório. Destaca-se o uso de nudges como estratégias não coercitivas de intervenção, com ampla aplicação em consumo, sustentabilidade e políticas públicas. No entanto, emergem preocupações éticas relativas à manipulação, transparência e autonomia dos agentes. A discussão propõe ainda o uso de abordagens complementares, como o boosting, e reforça a necessidade de regulamentação ética, sobretudo diante da crescente influência das tecnologias cognitivas. Conclui-se que a Economia Comportamental oferece instrumentos analíticos e práticos valiosos para compreender e influenciar decisões econômicas, desde que ancorados em evidências empíricas e princípios normativos sólidos.

This study aims to analyze the theoretical foundations of Behavioral Economics and discuss its practical implications through a literature review of publications from 2015 to 2024. Based on a qualitative and exploratory approach, the research organizes the field's main concepts into four categories: conceptual advances, nudges and choice architecture, practical applications, and ethical and methodological implications. The analysis reveals that Behavioral Economics represents a critique of the classical rational model by incorporating elements such as bounded rationality, cognitive heuristics, systematic biases, and emotions into the decision-making process. The use of nudges stands out as a non-coercive intervention strategy, widely applied in consumption, sustainability, and public policy. However, ethical concerns arise regarding manipulation, transparency, and individual autonomy. The discussion also proposes complementary approaches, such as boosting, and emphasizes the need for ethical regulation, especially in light of the growing influence of cognitive technologies. The study concludes that Behavioral Economics offers valuable analytical and practical tools for understanding and influencing economic decisions, provided they are grounded in empirical evidence and normative principles.