Corpos, feminismos e enfrentamento à violência : experiências de processos criativos e produção de saberes num projeto de instalação-performance
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
A pesquisa intitulada “Corpos, Feminilidades e enfrentamento à violência: experiências de processos criativos e produção de saberes num projeto de instalação-performance” analisou a produção de 3 trabalhos de instalaçãoperformance criados por um grupo de Mulheres, chamado 8M, composto por estudantes e uma professora de um curso de Psicologia em uma Universidade do Rio Grande do Sul. A proposta foi abordar os processos de desigualdade de gênero vividas pelas mulheres em nossa sociedade, entremea ...
A pesquisa intitulada “Corpos, Feminilidades e enfrentamento à violência: experiências de processos criativos e produção de saberes num projeto de instalação-performance” analisou a produção de 3 trabalhos de instalaçãoperformance criados por um grupo de Mulheres, chamado 8M, composto por estudantes e uma professora de um curso de Psicologia em uma Universidade do Rio Grande do Sul. A proposta foi abordar os processos de desigualdade de gênero vividas pelas mulheres em nossa sociedade, entremeada pela experiência artística-educativa, especificamente a Arte da Performance. Com isso, pretendeu-se explorar como processos criativos propiciaram a produção de conhecimento em um ambiente universitário, ao intercalar os saberes: da experiência no/com pelo corpo em práticas performáticas, da Educação numa perspectiva transformadora e da arte engajada inspirada na luta dos movimentos feministas. Na interlocução desse trabalho estão as performes Caroline Santos, Lody da Silva, Inês Amadori, Ana Natália da Silva, Liana Trindade, Mariah Soares Machado, Taciane Nicolai, Nátali Wachtmann. Como material de análise foram utilizados os registros fotográficos, material escrito e desenhado de autoria das performers, assim como a memória afetiva da pesquisadora. No trabalho desenvolvido pelo grupo, constatou-se que o corpo da performance é um corpo atento, um corpo que aprende e ensina. Um corpo capaz de materializar o sensível e o poder transformador, rompendo com a paralisia e escapando da anestesia diante da vida. Nas Artes da Performance, o grupo encontrou acolhimento para propor ações que desafiassem normas e fissurassem os regimes de violência contra seus corpos. A escolha desse viés artístico permitiu retirar a condição de invisibilidade das violências, tornando-as públicas como um ato político, demarcando as estruturas que forjam leis, regras, regimes de sociabilidade e afetos desfavoráveis às mulheres. Por meio desse trabalho, o grupo garantiu seus espaços de enunciação e criou seu próprio poder. As narrativas das performers revelaram a força da sororidade feminista como um caminho para fortalecimento coletivo, instaurando uma rede de afetos e acolhimento. Ao mesmo tempo, as sensibilidades aguçadas pelas experiências corporificadas ampliaram a percepção da realidade, favorecendo a criação de laços com ela e despertando o desejo de transformá-la. A experiência demonstrou que alcançar uma Educação interseccionada com o saber da experiência, pulsando novos processos de ensino-aprendizagem, exigiu romper com os rituais pedagógicos tradicionais que regulam os modos de ser e estar na Universidade. Foi necessário fraturar as epistemes hegemônicas racistas e sexistas presentes nesse ambiente para permitir o surgimento de outras referências na formação. Por fim, destaca-se que integrar as potências advindas dos diferentes lugares ocupados pelas participantes – acadêmicas e artivistas feministas – fortaleceu o trabalho, produziu conhecimento e, ainda mais importante, transformou os corpos das integrantes, modificando suas vidas acadêmicas e profissionais. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança. Curso de Dança: Licenciatura.
Coleções
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TCC Dança (157)
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