Comunicação antivacina no Telegram : um estudo de caso

Abstract

Este trabalho investiga a comunicação antivacina em grupos do aplicativo de mensagens Telegram, utilizando como estudo de caso o grupo “M4l Subit0”. O objetivo geral foi compreender como como ocorre a comunicação antivacina em grupo do aplicativo de mensagens Telegram. Especificamente, buscou-se refletir sobre o contexto da propagação desses conteúdos, identificar as estratégias discursivas utilizadas e analisar a estrutura das narrativas conspiratórias e desinformativas presentes no grupo. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, com estudo de caso e coleta de dados realizada entre 18 e 31 de outubro de 2024, com um total de 44 publicações analisadas. A análise revelou que a desinformação antivacina se apoia em estratégias discursivas que exploram medos e desconfianças, utilizando conteúdos manipulados e apelativos. Narrativas que associam vacinas a mortes súbitas, efeitos colaterais graves e teorias da conspiração foram amplamente utilizadas para desacreditar a ciência e as instituições de saúde pública. Os resultados indicam que o Telegram, por suas características de privacidade e ampla capacidade de compartilhamento, favorece a disseminação desses conteúdos. A propagação contínua de desinformação nesse ambiente contribui para o fortalecimento de movimentos antivacina, impactando negativamente a adesão às políticas de imunização e comprometendo a saúde pública.

This study investigates anti-vaccine communication in Telegram messaging groups, using the group “M4l Subit0” as a case study. The general objective was to understand how communication processes support the dissemination of anti-vaccine misinformation on this platform. Specifically, the research aimed to reflect on the context of the spread of these contents, identify the discursive strategies employed, and analyze the structure of conspiratorial and misinformation narratives present in the group. A qualitative approach was adopted, involving a case study and data collection conducted between October 18 and October 31, 2024, with a total of 44 publications analyzed. The analysis revealed that anti-vaccine misinformation relies on discursive strategies that exploit fear and distrust, using manipulated and emotionally charged content. Narratives linking vaccines to sudden deaths, severe side effects, and conspiracy theories were frequently used to undermine science and public health institutions. The results indicate that Telegram, due to its privacy features and extensive sharing capacity, facilitates the spread of these contents. The continuous dissemination of misinformation in this environment strengthens anti-vaccine movements, negatively impacting adherence to immunization policies and jeopardizing public health.