Avaliação pós-operatória entre lobectomia por videotoracoscopia versus a lobectomia convencional para câncer de pulmão : um estudo de vida real

Abstract

Introdução: Espera-se que, no Brasil, entre 2023 e 2025, um total de 32.560 novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão, com um risco estimado de 15,06 casos por 100.000 habitantes. Diante desse cenário, é essencial analisar as opções cirúrgicas disponíveis para o tratamento do câncer de pulmão (CP), especialmente considerando a crescente adoção da cirurgia toracoscópica videoassistida (VATS) como uma alternativa menos invasiva à lobectomia convencional. Objetivo: Avaliar os resultados pós-operatórios durante a internação hospitalar de pacientes submetidos a lobectomia por VATS em comparação com a lobectomia convencional para câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) em estágios I e II, focando em dois aspectos principais: o tempo de internação e as complicações pósoperatórias. Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo em um centro quaternário, envolvendo pacientes tratados entre janeiro de 2016 e dezembro de 2021. Foram formados dois grupos de pacientes, um submetido à lobectomia por VATS e outro à lobectomia convencional, ambos pareados por sexo, idade e características clínicas, utilizando o método de Propensity Score Matching. Os dados foram coletados dos prontuários eletrônicos da instituição, e a análise estatística foi conduzida para comparar os resultados entre os grupos. Resultados: Um total de 74 pacientes foi avaliado, sendo 37 submetidos à lobectomia por VATS e 37 à lobectomia convencional. A análise demográfica revelou que 57% dos pacientes no grupo VATS eram homens, enquanto no grupo de cirurgia aberta esse número foi de 43%. A análise do seguro de saúde mostrou que 89% dos pacientes no grupo de cirurgia aberta estavam cobertos por planos públicos, em comparação com apenas 11% no grupo VATS. O tempo de internação foi significativamente menor no grupo VATS, assim como as complicações que foram reduzidas em comparação ao grupo de cirurgia convencional. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que a lobectomia por VATS apresenta vantagens significativas em relação à lobectomia convencional, especialmente em termos de redução do tempo de internação e das complicações pós-operatórias. Esses achados reforçam a necessidade de considerar a VATS como uma opção viável e eficaz no tratamento de pacientes com CPCNP em estágios iniciais, contribuindo para melhorias nos desfechos cirúrgicos destes pacientes.

Introduction: It is estimated that between 2023 and 2025, there will be a total of 32,560 new cases of trachea, bronchus, and lung cancer in Brazil, with an estimated risk of 15.06 cases per 100,000 inhabitants. Given this scenario, it is essential to analyze the surgical options available for the treatment of lung cancer, especially considering the increasing adoption of video-assisted thoracoscopic surgery (VATS) as a less invasive alternative to conventional lobectomy. Objective: To evaluate the postoperative outcomes during hospitalization of patients undergoing lobectomy by VATS compared to conventional lobectomy for non-small cell lung cancer (NSCLC) in stages I and II, focusing on two main aspects: length of hospital stay and postoperative complications. Methods: A retrospective study was conducted at a quaternary center involving patients treated between January 2016 and December 2021. Two groups of patients were formed: one undergoing lobectomy by VATS and the other undergoing conventional lobectomy, both matched by sex, age, and clinical characteristics using the Propensity Score Matching method. Data were collected from the institution’s electronic medical records, and statistical analysis was performed to compare the outcomes between the groups. Results: A total of 74 patients were evaluated, with 37 undergoing lobectomy by VATS and 37 undergoing conventional lobectomy. The demographic analysis revealed that 57% of the patients in the VATS group were male, while in the open surgery group, this number was 43%. The health insurance analysis showed that 89% of the patients in the open surgery group were covered by public health plans, compared to only 11% in the VATS group. The length of hospital stay was significantly shorter in the VATS group, as were the complications, which were reduced compared to the conventional surgery group. Conclusion: The results of this study indicate that lobectomy by VATS presents significant advantages over conventional lobectomy, particularly in terms of reduced hospital stay and postoperative complications. These findings reinforce the need to consider VATS as a viable and effective option in the treatment of patients with early-stage NSCLC, contributing to improvements in surgical outcomes for these patients.