O Continuum Borromeano : perspectiva topológica-geométrica da ninfa na obra dançada de Claude Lorrain (1600-1682)

Abstract

O presente trabalho de conclusão de curso propõe a leitura da obra Landscape with Nymph and Satyr Dancing, de 1641, do artista francês Claude Gellée Lorrain (1600-1682) a partir do enlace triádico composto pelas disciplinas da história da arte, da dança e da geometria topológica. Para tanto, propõe-se explorar o eterno retorno do motivo da ninfa como evidência do contínuum formal da personagem na tradição ocidental da pintura paisagística. Trata-se, dessa maneira, de articular o passado, o presente e futuro dessa figura patética fundamentados na “ciência sem nome” do historiador da arte Aby Warburg (1866-1929) e de seus leitores contemporâneos Giorgio Agamben (1942) e Didi-Huberman (1953). Ao observar sua construção corpórea-espacial cênica, suas particularidades no que diz respeito às tensões entre o pensamento, o movimento a partir da imagem, a luz das ideias de Domenico da Piacenza, Rudolf Laban e Hubert Godard e a sociedade que a constitui, conclui-se que o dinamismo existencial associado ao rearranjo topológico de suas linhas permite que seja entendida continuamente como uma criatura fadada à metamorfose, baseada nas configurações tanto geométricas quanto lacanianas.

This final project proposes a reading of the work Landscape with Nymph and Satyr Dancing, from 1641, by the French artist Claude Gellée Lorrain (1600-1682) from the triadic link composed of the disciplines of art history, dance and topological geometry. To this end, it proposes to explore the eternal return of the nymph motif as evidence of the formal continuum of the character in the Western tradition of landscape painting. In this way, it aims to articulate the past, present and future of this pathetic figure based on the “nameless science” of the art historian Aby Warburg (1866-1929) and his contemporary readers Giorgio Agamben (1942) and Didi-Huberman (1953). By observing its scenic corporal-spatial construction, its particularities with regard to the tensions between thought, movement from the image, the light of the ideas of Domenico da Piacenza, Rudolf Laban and Hubert Godard and the society that constitutes it, it is concluded that the existential dynamism associated with the topological rearrangement of its lines allows it to be continually understood as a creature destined to metamorphosis, based on both geometric and Lacanian configurations