Meningioangiomatose encefálica em um cão com glioma indefinido de alto grau

Abstract

Meningioangiomatose (MA) é uma desordem proliferativa meningovascular rara que afeta, principalmente, o córtex cerebral, o tronco encefálico e a medula espinhal de humanos e animais. Ocasionalmente, essa desordem pode coexistir com outros distúrbios proliferativos. Um canino macho, de sete anos e meio de idade, da raça Buldogue-campeiro morreu após uma crise convulsiva e parada cardiorrespiratória. À necropsia, foi observada uma massa firme e branca envolvendo as regiões dos lobos piriforme e occipital direito, que comprimia o parênquima encefálico adjacente. Histologicamente, a massa encefálica era constituída por duas entidades morfologicamente distintas que colidiam: uma malformação congênita caracterizada por uma proliferação de células meningoteliais arranjadas ao redor de vasos sanguíneos, preenchendo e dilatando os espaços perivasculares; e um neoplasma formada duas populações celulares com diferenciação astrocítica e oligodendrítica. As células meningoteliais e as células neoplásicas gliais obtiveram imunomarcação positiva para vimentina. Através dos sinais clínicos, achados neuropatológicos e imuno-histoquímicos, foi diagnosticado o primeiro caso de meningioangiomatose encefálica com um glioma indefinido de alto grau em um cão.

Meningioangiomatosis (MA) is a rare proliferative meningovascular disorder that affects mainly the cerebral cortex, brainstem, and spinal cord of humans and animals, and can coexist with other proliferative disorders. A 7,5-year-old male Brazilian Bulldog died after a convulsive crisis and cardiorespiratory arrest. At necropsy, a firm and white mass was observed involving a region comprehending the piriform and right occipital lobes, which was compressing the adjacent brain parenchyma. Histologically, the brain mass consisted of two morphologically distinct entities that collided: a congenital malformation characterized by a proliferation of meningothelial cells arranged around blood vessels, filling and dilating the perivascular spaces; and a neoplasm composed by two cell populations with astrocytic and oligodendritic differentiation and moderate anisocytosis and anisokaryosis. Meningothelial cells and glial neoplastic cells immunostained positive for vimentin. Through clinical signs, neuropathological and immunohistochemical findings, the first case of encephalic meningioangiomatosis with an undefined high-grade glioma in a dog was confirmed.