Perfil fonoaudiológico e nutricional de crianças prematuras internadas na unidade pediátrica

Abstract

Objetivo: Verificar o perfil fonoaudiológico e nutricional das crianças prematuras internadas em unidade pediátrica. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado em uma enfermaria pediátrica, em que foram analisados 101 lactentes e crianças que nasceram com idade gestacional <37 semanas. Dentre as variáveis utilizadas, pode-se citar: gênero; idade gestacional; classificação do peso ao nascer e estado nutricional atual; diagnóstico clínico; faixa etária; uso e duração de vias alternativas de alimentação; acompanhamento e diagnóstico fonoaudiológico; alimentação até os 6 meses de vida e se apresenta dificuldade para novos ou alguns alimentos; entre outras. Os dados são apresentados por frequências absolutas e relativas e por média e desvio padrão. Nas análises bivariadas foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson, com valor-p menor que 0,05 e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A maioria das crianças têm mães como cuidadoras principais (70,3%) e famílias com renda inferior a 3 salários mínimos. A faixa etária predominante foi de 6 a 23 meses, com 60,4% do sexo masculino e 71,4% com idade gestacional de prematuro tardio. Em relação ao diagnóstico clínico e nutricional, 41,6% das crianças apresentam doenças crônicas complexas e 44,6% têm déficit nutricional. Quanto à alimentação, 86,1% das crianças usaram vias alternativas em algum momento, com maior frequência antes dos 6 meses de idade e por menos de um mês. O aleitamento materno esteve presente em metade das crianças da amostra. Além disso, 59 crianças passaram por avaliação fonoaudiológica, com diagnóstico predominante de distúrbio alimentar pediátrico. Conclusão: Os resultados confirmaram a prevalência significativa do uso de via alternativa de alimentação, distúrbios alimentares pediátricos e de acompanhamento fonoaudiológico nesta população. Além disso, a manutenção do estado nutricional mostrou-se um desafio para crianças prematuras, visto a alta incidência de déficit nutricional.

Objective: To assess the speech-language and nutritional profile of premature infants admitted to a pediatric unit. Methodology: This is a cross-sectional study conducted in a pediatric ward, in which 101 infants and children born with a gestational age <37 weeks were analyzed. The following variables were included: gender; gestational age; birth weight classification and current nutritional status; clinical diagnosis; age group; use and duration of alternative feeding methods; speech-language monitoring and diagnosis; feeding up to 6 months of age and whether the infant has difficulty with new or certain foods; among others. Data are presented as absolute and relative frequencies and as mean and standard deviation. In the bivariate analyses, Pearson's chi-square test was used, with a p-value <0.05 and a 95% confidence interval. Results: Most of the children had mothers as primary caregivers (70.3%) and families with incomes below 3 minimum wages. The predominant age range was 6 to 23 months, with 60.4% males and 71.4% with late preterm gestational age. Regarding clinical and nutritional diagnosis, 41.6% of children had complex chronic diseases and 44.6% had nutritional deficits. Regarding feeding, 86.1% of children used alternative feeding methods at some point, most frequently before 6 months of age and for less than one month. Breastfeeding was present in half of the children in the sample. In addition, 59 children underwent speech-language pathology evaluation, with a predominant diagnosis of pediatric feeding disorders. Conclusion: The results confirmed the significant prevalence of alternative feeding methods, pediatric feeding disorders and speech-language pathology monitoring in this population. In addition, maintaining nutritional status proved to be a challenge for premature children, given the high incidence of nutritional deficits.