As enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul e a capacidade de resposta dos municípios às inundações

Abstract

O artigo analisa as capacidades de resposta dos municípios do Rio Grande do Sul (RS) atingidos pelas inundações de abril/maio de 2024 quanto à prevenção e mitigação dos efeitos de desastres climáticos. Para tanto, foram utilizados dados secundários de decretos e relatórios do governo estadual e da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic, IBGE, 2020a) correspondentes às localidades atingidas pelas enchentes. As unidades de análise foram divididas em dois grupos, conforme o porte populacional e a existência de risco de inundações: a) Até 20.000 hab. com risco de inundações, b) Com 20.000 ou mais hab. O que totalizou 342 municípios analisados no artigo. Os municípios pequenos e sem risco não foram incluídos porque a legislação os desobriga de disporem de certos instrumentos de planejamento. Para mensurar a capacidade de resposta a desastres, além de variáveis isoladas, foram construídas seis escalas, obtidas pela soma de 47 questões da MUNIC, das quais somente duas apresentaram consistência interna: a) Gestão de risco de enchentes e inundações e b) Instrumentos de planejamento para a gestão de riscos e desastres. Dentre os resultados, verificou-se uma grande quantidade de municípios com valores muito baixos em relação aos requisitos para a gestão de riscos e desastres. Os municípios pequenos, mesmo que possuam áreas sujeitas à inundação, encontram-se mais despreparados: apenas 23% deles possui Plano Diretor que contemple a prevenção de enchentes ou inundações e somente 6,8% conta com Plano de implantação de obras e serviços para redução de riscos e desastres.

The paper analyses the response capacities of municipalities in Rio Grande do Sul (RS) affected by the April/May 2024 floods in terms of prevention and mitigation of the effects of climate disasters. To this end, secondary data were used from state government decrees and reports and the Municipal Basic Information Survey (Munic, Ibge, 2020a) considering the localities affected by the floods. The units of analysis were divided into two groups according to population size and the existence of flood risk: a) Up to 20,000 inhabitants at risk of flooding, b) With 20,000 or more inhabitants. Which totaled 342 municipalities analyzed in the article. Small municipalities and those without risk were not included because they are not required by law to have certain planning instruments. To measure disaster response capacity, in addition to isolated variables, six scales were constructed, obtained from the sum of 47 questions of Munic, of which only two showed internal consistency: a) Flood risk management and b) Planning instruments for risk and disaster management. The results showed many municipalities with very low scores in relation to the requirements for risk and disaster management. Small municipalities, even if they have areas subject to flooding, are more unprepared: only 23% of them have a Master Plan that includes flood prevention and only 6,8% have a plan for implementing works and services to reduce risks and disasters.

El artículo analiza las capacidades de respuesta de los municipios de Río Grande do Sul (RS) afectada por las inundaciones de abril/mayo de 2024 en materia de prevención y mitigación de los efectos de los desastres climáticos. Para ello, se utilizaron datos secundarios de decretos e informes del gobierno estatal y de la Encuesta de Información Básica Municipal (Munic, IBGE, 2020a) correspondientes a las localidades afectadas por las inundaciones. Las unidades de análisis se dividieron en dos grupos, según el tamaño de la población y la existencia de riesgo de inundación: a) Hasta 20.000 habitantes. en riesgo de inundación, b) Con 20.000 o más habitantes. Los cuales sumaron 342 municipios analizados en el artículo. No se incluyeron municipios pequeños y libres de riesgo porque la legislación los exime de contar con ciertos instrumentos de planificación. Para medir la capacidad de respuesta ante desastres, además de variables aisladas, se construyeron seis escalas, obtenidas de la suma de 47 preguntas MUNIC, de las cuales sólo dos presentaron consistencia interna: a) Gestión del riesgo de inundaciones y inundaciones y b) Instrumentos de planificación del riesgo y gestión de desastres. Entre los resultados se encontró una gran cantidad de municipios con valores muy bajos en relación con los requisitos para la gestión de riesgos y desastres. Los municipios pequeños, aunque tengan zonas sujetas a inundaciones, están menos preparados: sólo el 23% de ellos tiene un Plan director que incluye la prevención de inundaciones o inundaciones y sólo el 6,8% tiene un Plan de ejecución de obras y servicios para reducir riesgos y desastres.