Estudo de coorte retrospectivo sobre o tratamento de pacientes com COVID-19 com transfusão de plasma convalescente
Fecha
2024Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
Base teórica: O plasma obtido de indivíduos recentemente recuperados de uma doença (plasma convalescente), que deve conter os níveis mais altos de anticorpos policlonais, é uma terapia de imunização passiva que vem sendo utilizada desde o século XIX contra doenças bacterianas e virais. Portanto, na pandemia da Coronavirus disease 2019, principalmente em um contexto inicial de ausência de opções terapêuticas adequadas, o plasma convalescente foi liberado para uso. Objetivos: O objetivo deste est ...
Base teórica: O plasma obtido de indivíduos recentemente recuperados de uma doença (plasma convalescente), que deve conter os níveis mais altos de anticorpos policlonais, é uma terapia de imunização passiva que vem sendo utilizada desde o século XIX contra doenças bacterianas e virais. Portanto, na pandemia da Coronavirus disease 2019, principalmente em um contexto inicial de ausência de opções terapêuticas adequadas, o plasma convalescente foi liberado para uso. Objetivos: O objetivo deste estudo é comparar a resposta clínica de pacientes com Coronavirus disease 2019 classificados como graves, que receberam infusão de plasma convalescente, com controles históricos em um centro brasileiro de tratamento dessa doença. Métodos: Coorte retrospectiva com controles históricos. Pacientes com confirmação diagnóstica de Coronavirus disease 2019 que receberam plasma convalescente foram comparados aos que receberam tratamento convencional. O desfecho primário foi a proporção de resposta clínica favorável, definida como uma diminuição de dois pontos na escala ordinal modificada de seis categorias no 28º dia de seguimento em relação à inclusão. Resultados: Foram incluídos no estudo 225 participantes, sendo que 113 pacientes receberam plasma convalescente e 112 foram selecionados para o controle. Os pacientes do grupo controle estavam alocados mais frequentemente nas categorias da escala ordinal modificada em ar ambiente ou com oxigênio em baixo fluxo por cânula nasal (2 e 3) em comparação com os pacientes do grupo plasma convalescente que necessitavam mais frequentemente de cateter nasal de alto fluxo, ventilação mecânica não invasiva ou invasiva (categorias 4 e 5). A mediana da fração inspirada de oxigênio foi maior e a mediana da saturação de oxigênio foi menor no grupo plasma convalescente do que no grupo controle. O desfecho primário não apresentou uma diferença estatisticamente significativa na melhora clínica entre os dois grupos: 38.1% e 40.2% apresentaram melhora clínica nos grupos plasma e controle, respectivamente (P=0.8549). Não houve diferença entre os grupos nos desfechos secundários, incluindo mortalidade em 14 e 28 dias, exceto por uma proporção maior de controles nas categorias 1 ou 2 no dia 28º dia. No modelo de análise multivariada, ajustando para sexo, idade, doença cerebrovascular, índice de massa corporal, saturação de oxigênio na inclusão, uso de corticosteroides e escala ordinal modificada na inclusão, o uso de plasma convalescente não foi associado à melhora clínica no dia 28º dia (Odds Ratio, 0.591; Intervalo de Confiança de 95%, 0.293-1.191; P=0.141). Conclusão: No dia 28º dia após a inclusão, o uso da terapia com plasma convalescente em pacientes hospitalizados e com grave não resultou em maior proporção de melhora clínica em comparação ao grupo controle. Embora os pacientes do grupo plasma convalescente fossem mais graves, não houve diferença entre os grupos no modelo de análise multivariada. Os achados deste estudo observacional estão de acordo com os resultados de ensaios clínicos randomizados, que indicam a ausência de benefício desta terapia na Coronavirus disease 2019 grave. ...
Abstract
Background: Plasma obtained from individuals recently recovered from an illness (convalescent plasma), which should contain the highest levels of polyclonal antibodies, is a passive immunization therapy that has been used since the 19th century against bacterial and viral diseases. Therefore, in the Coronavirus disease 2019 pandemic, mainly in an initial context of lack of adequate therapeutic options, convalescent plasma was released for use. Objectives: The aim of this study is to compare the ...
Background: Plasma obtained from individuals recently recovered from an illness (convalescent plasma), which should contain the highest levels of polyclonal antibodies, is a passive immunization therapy that has been used since the 19th century against bacterial and viral diseases. Therefore, in the Coronavirus disease 2019 pandemic, mainly in an initial context of lack of adequate therapeutic options, convalescent plasma was released for use. Objectives: The aim of this study is to compare the clinical response of patients with Coronavirus disease 2019 classified as severe, who received infusion of convalescent plasma, with historical controls in a Brazilian center for the treatment of this disease. Methods: Retrospective cohort with historical controls. Patients with confirmed diagnosis of Coronavirus disease 2019 who received convalescent plasma were compared to those who received conventional treatment. The primary endpoint was favorable clinical response ratio, defined as a two-point decrease on the six-category modified ordinal scale at day 28 of follow-up relative to enrollment. Results: A total of 225 participants were included in the study, 113 patients received convalescent plasma and 112 were selected for control. Patients in the control group were allocated more frequently to the modified ordinal scale categories in room air or with low-flow oxygen via nasal cannula (2 and 3) compared to patients in the convalescent plasma group who more frequently needed a high-flow nasal catheter , non-invasive or invasive mechanical ventilation (categories 4 and 5). Median fraction of inspired oxygen was higher and median oxygen saturation was lower in the convalescent plasma group than in the control group. The primary endpoint did not show a statistically significant difference in clinical improvement between the two groups, 38.1% and 40.2% showed clinical improvement in the convalescent plasma and control groups, respectively (P=0.8549). There was no difference between groups in secondary outcomes, including mortality at 14 and 28 days, except for a greater proportion of controls in categories 1 or 2 at day 28. In the multivariate analysis model, adjusting for gender, age, cerebrovascular disease, body mass index, oxygen saturation at inclusion, corticosteroid use, and modified ordinal scale at inclusion, convalescent plasma use was not associated with clinical improvement on the day 28th day (Odds Ratio, 0.591; Confidence Interval of 95%, 0.293-1.191; P=0.141). Conclusion: On the 28th day after inclusion, the use of convalescent plasma therapy in hospitalized patients with severe Coronavirus disease 2019 did not result in a greater proportion of clinical improvement compared to the control group. Although patients in the convalescent plasma group were more severe, there was no difference between groups in the multivariate analysis model. The findings of this observational study are in line with the results of randomized clinical trials, which indicate the lack of benefit of convalescent plasma in severe Coronavirus disease 2019. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas.
Colecciones
-
Ciencias de la Salud (9170)Ciencias Médicas (1562)
Este ítem está licenciado en la Creative Commons License