Subjetivação e capitalismo na produção dos trabalhadores : uma cartografia de séries audiovisuais

Abstract

O presente trabalho tem por objetivo analisar os processos de subjetivação capitalística na produção de trabalhadores do âmbito corporativo. Para atingir os objetivos propostos realizei uma cartografia de séries audiovisuais, no qual identifiquei três séries com a temática do trabalho corporativo e analisei a produção do desejo de personagens presentes nessas narrativas. Para essa finalidade, foi composto um referencial teórico capaz de compreender a formação da subjetividade do trabalhador e a influência do regime de acumulação flexível. Além disso, acrescentou-se a relação da subjetividade com a imagem e de que modo a cultura de massa pode agir na produção do desejo. Assim sendo, pesquisou-se sobre a formação do desejo e o surgimento de territórios e afetos. Constatou-se, desse modo, que os fluxos de desejo podem se manifestar de diversas formas no âmbito corporativo e que apesar de desestruturarem o indivíduo, possuem pontos de fuga. A partir disso, concluiu-se que a produção totalizante do desejo atua em diferentes posições hierárquicas do âmbito corporativo, sendo assim, a angústia proveniente do contexto neoliberal pode desestabilizar trabalhadores ao normalizar discursos hegemônicos sobre um bem-estar social que mascara as precarizações da realidade do trabalho.

This paper aims to analyze the processes of capitalistic subjectivation in the production of corporate workers. To achieve the proposed objectives, I conducted a cartography of audiovisual series, identifying three series with the theme of corporate work and analyzing the production of desire in the characters portrayed in these narratives. For this purpose, a theoretical framework was developed to understand the formation of the worker’s subjectivity and the influence of the flexible accumulation regime. Additionally, the relationship between subjectivity and image was explored, as well as how mass culture can impact the production of desire. Thus, research was conducted on the formation of desire and the emergence of territories and affects. It was observed that desire flows can manifest in various forms in the corporate context and, despite disrupting individuals, they have points of escape. From this, it was concluded that the all-encompassing production of desire operates in different hierarchical positions within the corporate sphere. Therefore, the distress stemming from the neoliberal context can destabilize workers by normalizing hegemonic discourses about social well-being, masking the precarizations of the reality of work.