“AGORA ELA TÁ TOMANDO MEU ESPAÇO” : Quando uma mulher decide ser Guarda-Vidas Civil
Visualizar/abrir
Data
2024Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Este trabalho de conclusão tem como objetivo analisar os atravessamentos de gênero nos processos de formação e atuação profissional de mulheres guarda-vidas civis. Buscou-se explorar situações e contextos cotidianos em que podem haver discriminações e assédios percebidas pelas guarda-vidas civis temporárias em seus ambientes laborais, identificar estereótipos de gênero no trabalho, assim como mudanças esperadas a fim de promover maior ingresso e permanência de mulheres na profissão. Para tanto, ...
Este trabalho de conclusão tem como objetivo analisar os atravessamentos de gênero nos processos de formação e atuação profissional de mulheres guarda-vidas civis. Buscou-se explorar situações e contextos cotidianos em que podem haver discriminações e assédios percebidas pelas guarda-vidas civis temporárias em seus ambientes laborais, identificar estereótipos de gênero no trabalho, assim como mudanças esperadas a fim de promover maior ingresso e permanência de mulheres na profissão. Para tanto, a metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, com entrevistas com 6 guarda-vidas civis temporárias contratadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul. Todas participaram de uma entrevista semiestruturada, individual, presencial e à distância, respondendo a um questionário com perguntas abertas. A partir das respostas, foram produzidas três categorias de análise, sendo a primeira: “Problema estrutural: a falta de banheiro e a relação de permanência de mulheres no trabalho”; a segunda: “Tão magrinha, será que vai conseguir me salvar? O estereótipo do corpo “fem”” e a terceira: “Gostosa, vou me afogar! Tu vai me salvar? Assédio sexual no mercado de trabalho”. As entrevistadas explicitaram como a falta de estrutura influencia na saúde íntima da mulher, assim como fere a privacidade e ocasiona exposição a situações de vulnerabilidade. Ainda, elas também evidenciaram perceber que há critérios para classificação que não validam as diferenciações fisiológicas e morfofuncionais entre homens e mulheres, podendo deixá-las em desvantagem. Entretanto, para serem efetivadas nos serviços, precisaram realizar todo o treinamento e provas junto aos demais alunos, salientando a sua plena capacidade e competência para realizar as funções exigidas. As participantes verificaram que, embora haja uma parcela da sociedade que se surpreende e admira saber que também existem mulheres atuando na profissão, outra grande parcela tende a desafiar e não aceitar a presença feminina. Foram relatados diversos casos de assédio sexual e moral que as guarda-vidas civis temporárias sofreram enquanto exerciam a profissão. A partir desse trabalho, concluiu-se que as guarda-vidas civis temporárias, na condição de mulher, estão mais vulneráveis a sofrerem assédios sexuais e morais, assim como discriminações de gênero. Considera-se que esse espaço laboral persiste com alguns dos estereótipos masculinos, dificultando o ingresso e permanência das mulheres. Ainda assim, as entrevistadas esperam que aconteçam mudanças a fim de garantir a segurança e permanência das profissionais, bem como o aumento do efetivo feminino nas praias e balneários. Portanto, ser mulher guarda-vidas civil é sinônimo de posicionamento e resistência perante uma sociedade machista. ...
Abstract
This final paper aims to analyze the gender crossings in the processes of training and professional performance of female civilian lifeguards. It sought to explore situations and daily contexts in which there may be discrimination and harassment perceived by temporary civilian lifeguards in their work environments, to identify gender stereotypes at work, as well as expected changes in order to promote greater entry and permanence of women in the profession. To this end, the methodology used was ...
This final paper aims to analyze the gender crossings in the processes of training and professional performance of female civilian lifeguards. It sought to explore situations and daily contexts in which there may be discrimination and harassment perceived by temporary civilian lifeguards in their work environments, to identify gender stereotypes at work, as well as expected changes in order to promote greater entry and permanence of women in the profession. To this end, the methodology used was qualitative, with interviews with 6 temporary civilian lifeguards hired by the Military Fire Department of Rio Grande do Sul. All of them participated in a semi-structured interview, individual, face-to-face and at a distance, answering a questionnaire with open questions. Based on the answers, three categories of analysis were produced, the first being: "Structural problem: the lack of a bathroom and the relationship of permanence of women at work"; the second: "So skinny, will you be able to save me? The stereotype of the "fem" body and the third: "Hot, I'm going to drown! Will you save me? Sexual harassment in the labor market". The interviewees explained how the lack of structure influences women's intimate health, as well as hurts privacy and causes exposure to situations of vulnerability. In addition, they also showed that they perceive that there are criteria for classification that do not validate the physiological and morphofunctional differentiations between men and women, which may leave them at a disadvantage. However, in order to be effective in the services, they needed to carry out all the training and tests with the other students, emphasizing their full capacity and competence to perform the required functions. The participants found that, although there is a portion of society that is surprised and surprised to know that there are also women working in the profession, another large portion tends to challenge and not accept the female presence. Several cases of sexual and moral harassment that temporary civilian lifeguards suffered while exercising their profession were reported. From this work, it was concluded that temporary civilian lifeguards, as women, are more vulnerable to suffer sexual and moral harassment, as well as gender discrimination. It is considered that this work space persists with some of the male stereotypes, making it difficult for women to enter and remain. Even so, the interviewees expect changes to happen in order to ensure the safety and permanence of the professionals, as well as the increase in the number of women on the beaches and resorts. Therefore, being a civilian lifeguard woman is synonymous with positioning and resistance in the face of a sexist society. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança. Curso de Educação Física: Bacharelado.
Coleções
-
TCC Educação Física (1266)
Este item está licenciado na Creative Commons License