A paisagem e o desfazimento do sujeito : do antropoceno ao pós-antropoceno

Abstract

Neste trabalho refletimos acerca da paisagem a partir da ideia de um possível desvanecimento do sujeito moderno em um período Pós-Antropoceno. O objetivo é demonstrar como a crise dessa ideia de sujeito produziu variações no entendimento da noção de paisagem, desde o seu surgimento enquanto conceito, no início do século XX, até um período Pós-Antropoceno, ainda porvir. Assim, o texto é organizado em quatro seções: a primeira oferece uma leitura do Antropoceno como marca do humano na Terra; a segunda aborda a paisagem a partir de uma estética de matriz kantiana, marcada pela centralidade do sujeito; a terceira aponta para uma percepção da paisagem atrelada à crise da noção de sujeito, de sua forma de habitar e explorar a natureza, quando suas faculdades são embaralhadas frente ao sublime; por fim, imaginamos a paisagem no contexto de um sujeito já borrado em sua centralidade, a favor de realidades outras, em que a paisagem se torna um agenciamento multiespécie.

In this work, we reflect on the landscape from the perspective of the possible fading of the modern subject in a post-Anthropocene period. The objective is to demonstrate how the crisis of this idea of the subject has produced variations in the understanding of the notion of landscape, from its emergence as a concept in the early 20th century to a post-Anthropocene period still to come. Thus, the text is organized into four sections: the first provides an interpretation of the Anthropocene as a mark of the human presence on Earth; the second addresses the landscape from an aesthetics rooted in Kantian philosophy, characterized by the centrality of the subject; the third points towards a perception of the landscape linked to the crisis of the notion of the subject, of its way of inhabiting and exploring nature, when its faculties are blurred in the face of the sublime; Finally, we imagine the landscape in the context of a subject already blurred in its centrality, in favor of other realities, where the landscape becomes a multispecies assemblage.