O equívoco do fracasso escolar: construção da relação com o saber a partir de perspectivas interseccionais

Abstract

O presente ensaio discorre sobre a noção de Relação como Saber e de Interseccionalidade, pelos estudos de Bernard Charlote de intelectuais negras como Kimberlé Crenshaw, respectivamente. Como ponto inicial reconstruímos, brevemente, parte dos contextos nos quais estas categorias foram elaboradas. A partir destas referências, levantamos a problematização da produção das desigualdades sociais que interferem nas relações como saber, estabelecidas por crianças e jovens periféricos, das classes populares e que têm suas trajetórias marcadas pelo “fracasso escolar”; posteriormente analisamos as ações de enfrentamento da população não branca articuladas pelas múltiplas diferenças e desigualdades; na sequência, buscamos identificar a relação entre a formação da memória social do Brasil contemporâneo e a abordagem interseccional que considera as interações entre gênero, raça e classe, no interior das instituições educacionais, como marcadores com implicações profundas na construção e argumentação epistêmica de jovens negras e negros no enfrentamento de situações de desigualdade social e discriminação racial e, concluímos com a centralidade dos grupos de organização coletiva de jovens negros e negras, que emergiram no presente século, apartir da efetivação de políticas de ações afirmativas, voltadas para o campo educacional, como estratégias de socialização e mobilização das pessoas negras, resistindo ao apagamento de nossa história e memórias.

This essay discusses the notion of Relation with Knowledge and Intersectionality, through the studies of Bernard Charlot and black intellectuals such as Kimberlé Crenshaw, respectively. As a starting point, we briefly reconstruct part of the contexts in which these categories were elaborated. Based on these references, we raise the problematization of the production of social inequalities that interfere in the relationships with knowledge, established by children and young people from the periphery, from lower income classes and whose trajectories are marked by “school failure”; later, we analyzed the actions of confrontation of the non-white population articulated by the multiple differences and inequalities; next, we seek to identify the relationship between the formation of social memory in contemporary Brazil and the intersectional approach that considers interactions between gender, race and class, within educational institutions, markers with profound implications for the construction and epistemic argumentation of black youth in confronting situations of social inequality and racial discrimination and, we conclude with the centrality of collective organization groups of black youth, which emerged in the present century, from the implementation of affirmative action policies, focused on the educational field, as strategies for socialization and mobilization of black people, resisting the erasure of our history and memories.

Este ensayo analiza la noción de Relación con el Conocimiento y la Interseccionalidad, através de los estudios de Bernard Charlote intelectual es negros como Kimberlé Crenshaw, respectivamente. Com o punto de partida, reconstruimos brevemente parte de los contextos en los que se elaboraron estas categorías. A partir de estas referencias, planteamos la problematización de la producción de desigualdad es social es que interfieren en las relaciones con el conocimiento, establecidas por niños y jóvenes de la periferia, de las clases populares y cuyas trayectorias están marcadas por el “fracaso escolar”; posteriormente, analizamos las acciones de confrontación de la población no blanca articuladas por las múltiples diferencias y desigualdades; A continuación, buscamos identificar la relación entre la formación de la memoria social en el Brasil contemporáneo y el enfoque interseccional que considera las interacciones entre género, raza y clase, dentro de las instituciones educativas, como marcadores con profundas implicaciones en la construcción y argumentación epistémica de la juventud negra. y negros en el enfrentamiento de situaciones de desigualdad social y discriminación racialy, concluimos con la centralidad de los grupos de organización colectiva de jóvenes negros y negros, surgidos en el presente siglo, a partir de la implementación de políticas de acción afirmativa, dirigidas al ámbito educativo, como estrategias de socialización y movilización de los negros, resistiendo el borrado de nuestra história y recuerdo.