Meu luto escrito : um estudo sobre morte, monstros e o limiar da existência

Abstract

Este trabalho apresenta um estudo das representações da morte, em suas diversas facetas, dando ênfase para sua imagem refletida na figura do monstro. Em primeiro momento, foi observado como a morte é apresentada a depender da época ou cultura, e de que forma essa figura impressiona e aterroriza a vida humana. A partir disso, os capítulos subsequentes têm como objetivo dissecar o monstro como principal representação da morte em narrativas ficcionais, o dividindo em sete aspectos: o transgressor, sob o olhar de Georges Bataille e Maurice Blanchot; o abjeto, de acordo com o trabalho de Julia Kristeva; o estranho, através do conceito de infamiliar de Sigmund Freud; o duplo, como definido por Otto Rank; o fantástico, com suas aplicações metafóricas apresentadas por Rosemary Jackson; o cultural, sob a perspectiva de Jeffrey Jerome Cohen e exemplificado pela monstruosidade japonesa com os estudos de Michael Dylan Foster; e, por fim, o espectro da morte, embasado no espectro de Jacques Derrida, no qual os demais aspectos desaguam. Assim, este estudo talvez nos possibilite a começar a entender a morte ou, pelo menos, apreciá-la.

This work presents a study of the many facets of death, focusing on how its image can be reflected on the monster figure. The first chapter consists of how death’s representation varies by time or culture, and how this figure wonders and terrifies our human lives. The subsequent chapters try to dissect the monster as the main representation of death in fictional narratives, by dividing it in seven aspects: the transgressor, as seen by Georges Bataille and Maurice Blanchot; the abject, according to Julia Kristeva; the weird, Sigmund Freud’s concept of “uncanny”; the double, as defined by Otto Rank; the fantastic, with its metaphorical meanings as seen in Rosemary Jackson’s work; the cultural, under the perspective of Jeffrey Jerome Cohen and exemplified by the Japanese monstrosities studied by Michael Dylan Foster; and, at last, the specter of death, based on Jacques Derrida’s specter, the one where all the others aspects converge. This way, this study might allow us to start to understand death or, at least, appreciate it.