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dc.contributor.advisorRocha, Neusa Sica dapt_BR
dc.contributor.authorBurin, Luísa Monteiropt_BR
dc.date.accessioned2024-09-07T06:17:18Zpt_BR
dc.date.issued2024pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/278565pt_BR
dc.description.abstractIntrodução: Indivíduos com transtorno mental grave têm maiores taxas de mortalidade e morrem 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral. A maioria morre devido a causas naturais, sendo doença cardiovascular a principal causa de óbito. Apesar disso, as causas dessa disparidade ainda não são bem explicadas. Esses indivíduos também têm maior risco de desenvolver sobrepeso e obesidade, comparado com a população em geral. As consequências do sobrepeso e da obesidade são diversas, sendo fatores de risco maiores para doenças cardiovasculares, diabetes e vários tipos de cânceres. Além disso, indivíduos com transtorno mental grave apresentam maiores taxas de síndrome metabólica, que está associada a maior risco de eventos cardiovasculares e diabetes tipo 2. As causas para obesidade e alterações metabólicas em pacientes com transtorno mental grave são multifatoriais. Entre elas estão fatores genéticos, comportamentais, como estilo de vida com hábitos alimentares não saudáveis e sedentarismo, e o próprio tratamento do transtorno psiquiátrico. Medicamentos psicotrópicos estão associados ao aumento de peso, principalmente os antipsicóticos. Esses pacientes têm sintomatologia complexa e resistente, o que, muitas vezes, resulta em um tratamento com múltiplos psicofármacos. Poucos estudos exploraram o impacto da associação entre antipsicóticos e outras classes de psicotrópicos no ganho de peso. Objetivos: Objetivo geral: avaliar a relação entre ganho de peso e alterações metabólicas, bem como de fatores relacionados ao transtorno psiquiátrico e variáveis sociodemográficas, com a mortalidade em pacientes com transtorno mental grave. Objetivos específicos: (1) avaliar ganho de peso em pacientes com transtorno psicótico em uso de apenas antipsicóticos comparados a pacientes em uso de antipsicóticos associado a outros psicotrópicos em tratamento de longo prazo; e (2) avaliar a relação entre síndrome metabólica e parâmetros metabólicos individuais, variáveis relacionadas ao próprio transtorno psiquiátrico e variáveis sociodemográficas com mortalidade em pacientes com transtorno mental grave em um período de 10 anos após sua admissão em uma internação psiquiátrica. Métodos: Esta tese avaliou duas populações diferentes para responder aos objetivos. Para o artigo 1, foi feito um estudo de coorte retrospectivo no qual pacientes com transtorno psicótico não-afetivo do estudo GROUP (estudo realizado na Holanda) foram divididos em três grupos: grupo usando apenas antipsicóticos; grupo usando antipsicóticos em combinação com outros psicotrópicos; e grupo sem medicação. A mudança de peso em um intervalo de 3 anos foi avaliada através de teste t para amostras pareadas. Regressão linear foi realizada para avaliar a associação entre covariáveis e peso. Para o artigo 2, foi feito um estudo longitudinal que avaliou pacientes com transtorno mental grave internados em uma unidade psiquiátrica de um hospital terciário no Brasil. Eles foram seguidos 10 anos após a alta hospitalar. O desfecho primário avaliado foi óbito. Os fatores de risco foram glicemia de jejum; hemoglobina glicada; triglicerídeos; colesterol HDL; pressão arterial; diagnóstico de síndrome metabólica; gravidade da doença (de acordo com a escala CGI); psicopatologia geral (de acordo com a escala BPRS); e funcionamento geral (de acordo com a escala GAF). As covariáveis foram gênero, idade, nível socioeconômico, nível educacional, uso de tabaco, diagnóstico psiquiátrico e medicamentos em uso. Para avaliar a associação entre fatores de risco, covariáveis e desfecho, foi utilizada regressão de risco competitivo. Resultados: Os principais resultados do artigo 1 foram: pacientes usando apenas antipsicóticos [média = 1,800 kg, t(99)=2,849, IC 95%(0,546, 3,054), p = 0,005] e usando combinação de antipsicóticos com outros psicofármacos [média = 1,877 kg, t(72)=2,688, 95% IC(0,485, 3,268), p = 0,009] tiveram ganho de peso significativo no tratamento de longo prazo. Os pacientes que usaram clozapina, olanzapina ou quetiapina apresentaram ganho de peso significativo em comparação com aqueles que não usaram esses medicamentos [diferença média=1,707 kg, t(271)= 2,061, IC 95%(0,077, 3,337), p = 0,040)]. Os principais resultados do artigo 2 foram: 21,2% da amostra foi a óbito após 10 anos de seguimento. A principal causa de óbito foi doença cardiovascular (20,2%). A análise univariada mostrou que idade mais avançada; menor nível educacional; pontuações mais altas na BPRS; pontuações mais baixas na GAF; pontuações mais altas no CGI; diagnóstico de síndrome metabólica; e pressão arterial sistólica mais elevada foram associadas a maior risco de mortalidade. As variáveis que permaneceram associadas à mortalidade na análise multivariada foram idade mais avançada [HR=1,07, IC 95% 1,04-1,09, p<0,001] e menor nível educacional [HR=0,94, IC 95% 0,89- 1,00, p=0,049]. Conclusão: Artigo 1: Pacientes que receberam apenas antipsicóticos ou antipsicóticos combinado com outros psicotrópicos seguem ganhando peso durante o tratamento de longo prazo. É possível que o ganho de peso seja impulsionado principalmente pelo uso de antipsicóticos. Artigo 2: O estudo não encontrou associação entre parâmetros metabólicos e mortalidade em pacientes com transtorno mental grave na análise multivariada. Também não foi encontrada associação entre os escores BPRS, CGI e GAF e mortalidade na análise multivariada. Idade mais avançada e menor nível educacional foram as únicas variáveis associadas ao maior risco de mortalidade na análise multivariada. Mortalidade em transtorno mental severo envolve múltiplas variáveis. Doença cardiovascular é a principal causa de óbito nesses pacientes. Estudos que explorem o continuum ganho de peso, alterações metabólicas, eventos cardiovasculares e óbito são necessários para medidas preventivas mais eficazes.pt_BR
dc.description.abstractIntroduction: Individuals with severe mental illness have higher mortality rates and die about 10 to 20 years earlier than the general population. Most of them die from natural causes and the leading cause of death is cardiovascular disease. However, despite evidence of this health disparity, it has not led to effective actions to reduce mortality rates. These individuals are also at higher risk of overweight and obesity. Overweight and obesity are associated with greater risk and earlier onset of various diseases, such as type 2 diabetes, cardiovascular disease, and cancer. Furthermore, these individuals have higher rates of metabolic syndrome, which is associated with a higher risk of cardiovascular events and type 2 diabetes. Causes of obesity and metabolic diseases in severe mental illness are multifactorial. These include genetic and behavioral factors, such as a lifestyle with unhealthy diet and a sedentary lifestyle. The treatment of the psychiatric disorder itself also contributes. Psychotropic medications are associated with weight gain, especially antipsychotics. These individuals have complex and often resistant symptoms, which results in treatment with multiple psychotropic drugs. Few studies have explored the impact of the association between antipsychotics and other classes of psychotropics on weight gain. Objectives: General objective: to evaluate the relationship between weight gain and metabolic parameters, as well as characteristics related to the psychiatric illness and sociodemographic variables, with mortality in patients with severe mental illness. Specific objectives: (1) evaluate weight gain in patients with psychotic disorder using only antipsychotics compared to patients using antipsychotics associated with other psychotropic drugs in long-term treatment; and (2) evaluate the relationship between metabolic syndrome and individual metabolic parameters, variables related to the psychiatric illness itself and sociodemographic variables with mortality in patients with severe mental disorder over a period of 10 years after admission to a psychiatric hospital. Methods: This thesis evaluated two different sample to answer the objectives. For article 1, patients with non-affective psychotic disorder from the GROUP study (a study performed in the Netherlands) were divided into three groups: (1) taking only antipsychotics; (2) taking antipsychotics in combination with other psychotropics; and (3) taking no medication. Weight change was examined at a three-year interval. We used a paired-sample t-test to calculate weight change. An Independent-sample ttest was performed to evaluate weight change among patients taking clozapine, olanzapine, and quetiapine and individuals not taking these medications. Linear regression was performed to evaluate the association between covariates and weight. For article 2, we included inpatients from a psychiatry unit of a tertiary hospital in Brazil. They were followed for 10 years after discharge. The primary outcome was death. The risk factors were fasting glucose; glycated haemoglobin; triglycerides; HDL cholesterol; blood pressure (BP); metabolic syndrome diagnosis; illness severity (according to the CGI scale); general psychopathology (according to the BPRS scale); and general functioning (according to the GAF scale). The covariates were gender, age, socioeconomic status, educational level, tobacco use, psychiatric diagnosis, and medications in use. To assess the association between risk factors, covariates, and outcome, we used competing-risk regression. Results: Article 1: patients using only antipsychotics [mean = 1.800 kg, t(99)=2.849, 95% CI(0.546, 3.054), p = 0.005] and patients using antipsychotics combined with other psychotropics [mean = 1.877 kg, t(72)=2.688, 95% CI(0.485, 3.268), p = 0.009] showed significant weight gain after long-term treatment. Patients taking clozapine, olanzapine or quetiapine showed significant weight gain compared to those not taking these medications [mean difference=1.707 kg, t(271)= 2.061, 95% CI(0.077, 3.337), p = 0.040)]. Article 2: 21.2% of the sample died after 10 years of follow-up. The most frequent cause of death was cardiovascular diseases (20.2%). Univariate analysis showed that older age; lower educational level; higher BPRS scores; lower GAF scores; higher CGI scores; metabolic syndrome diagnosis; and higher systolic blood pressure were associated with higher mortality risk. The variables that remained associated with mortality in the multivariate analysis were older age [HR=1.07, 95% CI 1.04-1.09, p<0.001] and lower educational level [HR=0.94, 95% CI 0.89-1.00, p=0.049]. Conclusion: Article 1 showed that patients receiving antipsychotics and antipsychotics with other psychotropics keep gaining weight during long-term treatment. It is possible that weight gain is mainly driven by antipsychotics. Article 2 found no association between metabolic parameters and mortality in patients with SMI in multivariate analysis. It also didn’t find association between BPRS, CGI and GAF scores and mortality in multivariate analysis. Older age and lower educational level were the only variables associated with higher mortality risk in the multivariate analysis. Mortality in severe mental illness involves multiple variables. Cardiovascular disease is the main cause of death in these patients. Studies exploring the continuum of weight gain, metabolic abnormalities, cardiovascular events and death are needed for more effective preventive measures.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectAntipsicóticospt_BR
dc.subjectAntipsychoticsen
dc.subjectPsicotrópicospt_BR
dc.subjectPsychotropics drugsen
dc.subjectWeight gainen
dc.subjectGanho de pesopt_BR
dc.subjectObesidadept_BR
dc.subjectObesityen
dc.subjectSíndrome metabólicapt_BR
dc.subjectMetabolic syndromeen
dc.subjectSevere mental illnessen
dc.subjectTranstornos mentaispt_BR
dc.subjectMortalidadept_BR
dc.subjectMortalityen
dc.subjectBrasilpt_BR
dc.subjectPaíses Baixospt_BR
dc.titleGanho de peso, alterações metabólicas e mortalidade em pacientes com transtornos mentais graves : evidências de estudos longitudinais do Brasil e da Holandapt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001209183pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Medicinapt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do Comportamentopt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2024pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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