As intermitências da morte através do espaço-tempo : uma análise das transgressões espaço-temporais na obra de José Saramago

Abstract

O presente trabalho busca analisar, sob a ótica dos estudos epistemológicos de Gaston Bachelard (1979), Henri Bergson (1999, 2006), Maurice Halbwachs (1990) e Carlo Rovelli (2017), as transgressões espaço-temporais encontradas na narrativa do romance As Intermitências da Morte de José Saramago. A pesquisa vislumbra o romance do escritor português José Saramago como uma potencialidade de transgressão dos fenômenos espaciais e temporais, através da memória individual e coletiva, explorando como a força catalisadora dessas transgressões, a personificação da morte e posterior ruptura da humanidade com o conceito conhecido de mortalidade. É feita uma análise qualitativa, apoiando-se em técnicas de comparação literária, tendo o romance completo como corpus simbólico, contendo o estudo de trecho, apontando como o espaço, tempo, e memória são transfigurados na intertextualidade da narrativa. Analisada sob a ótica epistemológica de Bachelard, Bergson, Halbwachs e Rovelli, a obra pode ser lida como a transfiguração das consequências de uma transgressão do espaço-tempo.

The present work aims to analyze, from the perspective of the epistemological studies of Gaston Bachelard (1979), Henri Bergson (1999, 2006), Maurice Halbwachs (1990) and Carlo Rovelli (2017), the space-time transgressions found in the narrative of the novel As Intermitências da Morte by José Saramago. The research envisions the novel by the Portuguese writer José Saramago as a potential transgression of spatial and temporal phenomena, through individual and collective memory, exploring how the catalytic force of these transgressions, the personification of death and subsequent rupture of humanity with the known concept of mortality. A qualitative analysis is carried out, based on literary comparison techniques, having the complete novel as a symbolic corpus, containing the study of excerpts, pointing out how space, time, and memory are transfigured in the intertextuality of the narrative. Analyzed from the epistemological point of view of Bachelard, Bergson, Halbwachs and Rovelli, the work can be read as the transfiguration of the consequences of a space-time transgression.