Análise parasitológica de areia e fezes coletadas na Praia de Ipanema, Porto Alegre, RS
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Data
2004Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
Organismos parasitas são altamente adaptados a seu estilo de vida, apresentando grande capacidade de reprodução e dispersão. Alguns parasitos desenvolveram estreita relação com o meio ambiente, como os geohelmintos, que necessitam de um período de desenvolvimento no solo. Muitos podem ter o homem como hospedeiro, seja ele definitivo, intermediário ou acidental. As infecções naturalmente transmissíveis entre o homem e outros animais (zoonoses) podem ser adquiridas pela população mediante contato ...
Organismos parasitas são altamente adaptados a seu estilo de vida, apresentando grande capacidade de reprodução e dispersão. Alguns parasitos desenvolveram estreita relação com o meio ambiente, como os geohelmintos, que necessitam de um período de desenvolvimento no solo. Muitos podem ter o homem como hospedeiro, seja ele definitivo, intermediário ou acidental. As infecções naturalmente transmissíveis entre o homem e outros animais (zoonoses) podem ser adquiridas pela população mediante contato direto com animais, ingestão de estágios transmissíveis presentes no ambiente ou ingestão de alimentos contendo estágios infectivos. As fezes são importantes veículos para as formas parasitárias, podendo contaminar o solo, a água e os alimentos. Animais de estimação têm fácil acesso a áreas de lazer e depositam aí suas fezes, o que configura sério problema de Saúde Pública, devido ao risco das larvas migrans cutânea, visceral e ocular, entre outras parasitoses zoonóticas. A praia de Ipanema, na zona sul de Porto Alegre, é utilizada pela população para lazer e via de passeio com cães. Existem, no local, as condições epidemiológicas necessárias para a transmissão de parasitoses relacionadas aos animais de estimação. Este estudo tem por abjetivos pesquisar a fauna parasitológica presente em areia e fezes na praia de Ipanema, bem como comparar a eficiência das técnicas de rotina para o processamento de areia. Realizou-se uma amostragem mensal durante seis meses, em que foram coletadas amostras de areia em cinco pontos e amostras de fezes de animais ao longo da faixa arenosa. Em laboratório, as amostras de areia foram submetidas às técnicas de Faust (1938) modificada, utilizando sub-amostras de 5g de areia e 30g de areia; Kazacos (1983) modificada, e Ruiz et al. (1973). Para o processamento das fezes, a técnica de escolha foi WILLIS (1921). De 120 amostras de areia, 11 (9,2%) foram positivas para algum parasito, nível de contaminação mais baixo que o relatado por diversos autores em áreas públicas. Os parasitos encontrados foram: Ascaris spp. (5,8%), Toxocara spp. (1,7%), ancilostomídeos (0,8%) e Elmeria sp. (0,8%). Dentre as técnicas utilizadas, a de Faust modificada utilizando 6g de areia que apresentou maior número de resultados positivos (4/11), recuperando também a maior diversidade de parasitos das amostras de areia. De 63 amostras de fezes, 18 (28,6%) foram positivas para formas parasitárias, prevalência semelhante àquela assinalada em outros países. No Brasil, entretanto, os inquéritos coprológicos geralmente resultaram em níveis mais altos. Ancylostoma spp. (22,2%), Trichuris vulpis (4,8%), Toxocara sp. (1,6%) e Cystoisospora sp. (1,6%) foram os parasitos identificados. Observou-se infecção mista (Ancylostoma spp. e Trichuris vulpis) em uma das amostras de fezes. A prevalência de cada espécie também concorda com os achados da maioria dos estudos sobre contaminação de solos e prevalência de helmintos intestinais em cães. Embora os resultados revelem baixa frequência de formas parasitárias nas amostras de areia e frequência moderada nas amostras de fezes, sua importância sob a perspectiva da saúde humana está relacionada à capacidade da maioria das espécies de infectar o homem e ocasionar-lhe patologias. Desta forma, recomenda-se que a população evite exposição às formas de transmissão desses parasitos no local estudado. Maior atenção à saúde de cães e gatos tem valioso caráter preventivo, incluindo o tratamento com anti-helmínticos e o controle da população de animais sem dono. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Ênfase Ambiental: Bacharelado.
Coleções
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TCC Ciências Biológicas (1353)
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