O exercício da psicologia em institutos federais de educação, ciência e tecnologia : desafios profissionais

Abstract

O presente artigo discute o papel da Psicologia como estratégica na atuação institucional em interface com educação, tendo como ponto de partida o trabalho realizado em um dos campi do Instituto Federal de Educação Científica e Tecnológica Sul-rio-grandense (IFSul). A pesquisa, realizada numa perspectiva etnográfica, contou com o acompanhamento do cotidiano de trabalho institucional e intervenções grupais com estudantes, processos investigados a partir de perspectivas de Análise do Discurso. Como resultado, um eixo analítico se mostrou um desafio profissional e interventivo: o “sucesso dos estudantes” como enunciado capitalista-tecnicista do processo educativo. Derivado deste, outros três aparecem como nodais para o exercício da Psicologia: a não burocratização do trabalho; a distribuição de prioridades organizacionais; as demandas psicológicas como associadas ao exercício de cidadania. Numa conjuntura de cooptação tecnicista, a Psicologia mostra-se fundamental para a compreensão das racionalidades institucionais e produção de singularidade, estando, potencialmente, em parceria com outros profissionais e estudantes.

This article discusses the role of Psychology as a strategic role in institutional performance in interface with Education, having as a starting point the work carried out on one of the campi of the Federal Institute of Scientific and Technological Education Sul-rio-grandense (IFSul). The research, carried out in an ethnographic perspective, contoured with the monitoring of the daily institutional work and group interventions with students, processes investigated from perspectives of Discourse Analysis. As a result, an analytical axis proved to be a professional and interventional challenge: the “student success” as a capitalist-technical statement of the educational process. Derived from this, three others appear as strategic for the exercise of Psychology: the non-bureaucratization of work; the distribution of organizational priorities; psychological demands as associated with the exercise of citizenship. In a context of technicist and neoliberal co-option, Psychology proves to be fundamental for the understanding of institutional rationalities and the production of singularity, being, potentially, in partnership with other professionals and students.