Mulheres com doenças mentais e carreira : revisão sistemática da literatura

Abstract

Objetivo: Estimativas da Organização Mundial da Saúde demonstram que em torno de 450 milhões de pessoas preenchem critérios para o diagnóstico de algum tipo de doença mental; 80% vivem em países de média e baixa renda, sendo as mulheres a maioria. Este estudo se propõe a verificar como a temática saúde mental e desenvolvimento de carreira de mulheres vem sendo pesquisado e como o estigma das doenças mentais impacta na inserção no mercado de trabalho e no desenvolvimento da carreira de mulheres, considerando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Método/abordagem: Foram utilizados estudos sobre carreira, gênero, doenças mentais e estigma. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, analisando artigos indexados na SciELO, Spell, Scopus e Web of Science, seguindo o método Prisma. Principais Resultados: A produção acadêmica está circunscrita às áreas da Medicina e Psicologia e às instituições do Norte Global. Os artigos apontam que o desconhecimento restringe oportunidades de inclusão social de mulheres com doenças mentais; sendo o acesso à informação um instrumento de fomento do respeito no trabalho. Contribuições teóricas/práticas/sociais: O trabalho contribui para a realização e autonomia de mulheres com doenças mentais; a redução do estigma; além de ser condição para a garantia dos direitos humanos e atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As sociedades precisam rever práticas de inclusão social associadas às doenças mentais, especialmente no trabalho.

Purpose: Estimates from the World Health Organization show that around 450 million people meet the criteria for the diagnosis of some type of mental illness, of which 80% live in lowand middle-income countries, the majority being women. This study aims to verify how the issue of mental health and women's career development has been researched and how the stigma of mental illness impacts women's insertion in the labor market and career development, considering the Sustainable Development Goals. Method/approach: Studies on career, gender, mental illness and stigma were used. A systematic review of the literature was carried out, analyzing articles indexed in SciELO, Spell, Scopus and Web of Science, following the Prisma method. Main findings: Academic production is limited to the areas of Medicine and Psychology and to institutions in the Global North. The examined articles indicate that lack of knowledge restricts opportunities for social inclusion of women with mental illnesses; with access to information being an instrument for fostering respect at work. Theoretical, practical/social contributions: Work contributes to the personal fulfillment and autonomy of women with mental illnesses; helps to reduce stigma; in addition to being a condition for guaranteeing human rights, towards achieving the Sustainable Development Goals. It is necessary for societies to review conceptions and practices of social inclusion associated with mental suffering, especially at work.