Between canvas and word : authorship and perspective in Margaret Atwood’s Cat’s Eye

Abstract

Cat’s Eye (1988), de Margaret Atwood, traz a autobiografia ficcional de Elaine Risley, influente pintora canadense que retorna a sua cidade natal, Toronto, para uma exposição retrospectiva de sua carreira. A partir de um relato autobiográfico, Risley narra, em primeira pessoa, sua trajetória como mulher, desde a infância, até assumir seus papeis como artista e mãe. Essa narrativa é traduzida tanto em palavras quanto em pinturas — representadas por descrições epigramáticas. À vista disso, a história de Risley se constrói em Cat’s Eye tanto através da narrativa autobiográfica quanto da descrição das pinturas. Nesse contexto, o objetivo da presente monografia é analisar como a autoria e a perspectiva se manifestam neste romance, levando em consideração os dois meios e analisando como se constroem o foco e o ponto de vista adotados. Para tal, a primeira seção da monografia elabora questões sobre a maneira como a autoria se manifesta no romance, abordando certas implicações da escrita de uma autobiografia ficcional, e discute os papéis de leitor e autor, autora e pintora. A segunda seção analisa como a perspectiva é utilizada de modo a transmitir, por meio do relato autobiográfico e das pinturas, os significados e eventos da vida da protagonista, bem como sua posição na sociedade em que se insere. Como lastro de apoio para as questões de autoria lanço mão dos críticos Cooke (1992), Hite (1995) e Ingersoll (1991). Para estudo da perspectiva dentro da obra utilizo De Jong (1998), Dvorák (2001) e Vickroy (2005). Também recorro a textos secundários e a ideias expressas pela própria Atwood, uma autora que com frequência escreve sobre o ato de escrever. Ao término do trabalho, as contribuições esperadas são a ampliação dos debates sobre autoria, sobre perspectiva e sobre a obra de Atwood, a partir da análise de um de seus romances mais complexos.

Cat’s Eye (1988), by Margaret Atwood, features the fictional autobiography of Elaine Risley, an influential Canadian painter who returns to her hometown, Toronto, for a retrospective exhibition of her career. In her autobiographical account, Risley narrates, in first person, her trajectory as a woman, from childhood, until assuming her roles as an artist and mother. This narrative is translated into both words and paintings — represented by epigrammatic descriptions. In view of this, Risley's story is built in Cat’s Eye both through the autobiographical narrative and the description of the paintings. In this context, the objective of this monograph is to analyze how authorship and perspective are approached in this novel, taking into account the two media and analyzing how the adopted focus and point of view are constructed. To this end, the first section of the monograph raises questions about the way authorship is manifested in the novel, addressing certain implications of a writing of a fictional autobiography, and discusses the roles of reader and author, author and painter. The second section analyzes how perspective is used in order to convey, through the autobiographical account and paintings, the meanings and events of the protagonist's life, as well as her position in the society in which she is inserted. As theoretical support for authorship issues, I use the critics Cooke (1992), Hite (1995) and Ingersoll (1991). To study perspective within the work I use De Jong (1998), Dvorák (2001) and Vickroy (2005). I also use secondary texts and ideas expressed by Atwood herself, an author who frequently writes about the act of writing. The expected contributions of this work are the expansion of the debate on authorship, on perspective, and on Atwood's work, based on the analysis of one of her most complex novels.