Representação espacial das trajetórias dos serviços de saúde em São Paulo e desigualdades urbanas
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Data
2023Tipo
Outro título
Inscription spatiale des trajectoires de recours aux soins à São Paulo et inégalités urbaines
Spatial inscription of health care trajectories in São Paulo and urban inequalities
Assunto
Resumo
A metrópole de São Paulo apresenta fortes desigualdades socioespaciais, que se traduzem no campo da saúde. Entretanto, estas desigualdades de saúde foram estudadas principalmente pelo prisma da oferta de atenção à saúde, sem considerar as práticas de saúde reais dos indivíduos, a margem de negociação deles, ou a inscrição espacial destas práticas no espaço urbano. Pois, este artigo busca contribuir para um melhor entendimento das desigualdades de saúde em São Paulo, analisando a inscrição espac ...
A metrópole de São Paulo apresenta fortes desigualdades socioespaciais, que se traduzem no campo da saúde. Entretanto, estas desigualdades de saúde foram estudadas principalmente pelo prisma da oferta de atenção à saúde, sem considerar as práticas de saúde reais dos indivíduos, a margem de negociação deles, ou a inscrição espacial destas práticas no espaço urbano. Pois, este artigo busca contribuir para um melhor entendimento das desigualdades de saúde em São Paulo, analisando a inscrição espacial das trajetórias individuais de saúde no espaço urbano. Uma metodologia qualitativa é adotada, baseada na análise de 43 entrevistas semiestruturadas realizadas entre 2017 e 2018 no bairro da Vila Clara, e no mapeamento de duas dessas trajetórias. Os resultados mostram as importantes barreiras espaciais enfrentadas pelos usuários exclusivos do sistema de saúde público. Mostramos também que todos os usuários conseguem negociar as práticas de saúde deles para melhorar a dimensão espacial dessas práticas. No entanto, estas negociações revelam-se desigualmente eficazes para melhorar as espacialidades de saúde dos indivíduos. As trajetórias dos usuários do sistema de saúde privado são sempre mais simples, menos dispersas no espaço urbano e mais em linha com as mobilidades cotidianas deles, do que as trajetórias dos usuários do sistema público, que geralmente são mais vulneráveis. No final, a análise das trajetórias individuais de utilização da atenção à saúde prova ser uma abordagem relevante para identificar desigualdades de saúde, bem como desigualdades urbanas. ...
Résumé
La métropole de São Paulo connaît d’importantes inégalités socio-spatiales, qui se traduisent notamment dans le champ de la santé. Ces inégalités de santé ont toutefois surtout été étudiées par des approches centrées sur l’offre, ne s’intéressant pas aux pratiques de santé concrètes des individus, à leur marge de négociation ou à l’inscription spatiale de ces pratiques dans l’espace urbain. Cet article cherche donc à contribuer à une meilleure compréhension des inégalités de santé à São Paulo, ...
La métropole de São Paulo connaît d’importantes inégalités socio-spatiales, qui se traduisent notamment dans le champ de la santé. Ces inégalités de santé ont toutefois surtout été étudiées par des approches centrées sur l’offre, ne s’intéressant pas aux pratiques de santé concrètes des individus, à leur marge de négociation ou à l’inscription spatiale de ces pratiques dans l’espace urbain. Cet article cherche donc à contribuer à une meilleure compréhension des inégalités de santé à São Paulo, en partant d’une analyse de la dimension spatiale des trajectoires individuelles de recours aux soins. Une méthodologie qualitative est adoptée, partant de l’analyse de 43 entretiens semi-directifs, réalisés entre 2017 et 2018 dans le quartier de Vila Clara et notamment de la cartographie de deux de ces trajectoires. L’analyse de ces deux trajectoires individuelles montre avant tout les importantes contraintes spatiales que rencontrent les usagers exclusifs du système de santé public. On montre ensuite que tous les individus négocient leurs pratiques afin d’améliorer leurs spatialités de santé. Toutefois, ces négociations se révèlent inégalement efficaces sur les spatialités de santé des individus : les trajectoires des usagers du système privé sont ainsi plus simples, moins dispersées dans l’espace urbain et plus en phase avec leurs mobilités du quotidien que celles des usagers du système public, appartenant en général à des catégories socio-économiques vulnérables. Au final, l’analyse des trajectoires individuelles de recours aux soins se révèle être une clé de lecture pertinente des inégalités de santé comme des inégalités urbaines. ...
Abstract
The metropolis of São Paulo faces important socio-spatial inequalities, which are visible in the field of health. However, existing studies on health inequalities focus mainly on the logics of health care supply, and rarely on the actual health practices of individuals, or on their bypassing and negotiation practices. This article therefore seeks to contribute to a better understanding of health care inequalities, focusing on the spatialization of individual health trajectories in São Paulo. A ...
The metropolis of São Paulo faces important socio-spatial inequalities, which are visible in the field of health. However, existing studies on health inequalities focus mainly on the logics of health care supply, and rarely on the actual health practices of individuals, or on their bypassing and negotiation practices. This article therefore seeks to contribute to a better understanding of health care inequalities, focusing on the spatialization of individual health trajectories in São Paulo. A qualitative methodology is adopted, based on the analysis of 43 semi-structured interviews, conducted between 2017 and 2018 in the neighbourhood of Vila Clara, and on the mapping of two of these trajectories. The results show, above all, the important spatial constraints faced by the population depending on public health care. We also demonstrate that all the populations negotiate in order to improve their health mobilities. However, these negotiations are unequally effective on the individuals' health spatialities. The trajectories of the population using the private health care subsystem are simpler, less dispersed in urban space and more in line with their daily mobility than those of users of public health care, who generally are more vulnerable. To conclude, the analysis of individual health trajectories proves to be a relevant approach to understanding health inequalities as well as urban inequalities. ...
Contido em
Confins. Paris, France. (2023), p. web
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