Análise da população de pacientes com neoplasia mielodisplásica de baixo risco atendida no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Resumo
Introdução: A Neoplasia Mielodisplásica (NMD) compreende um espectro de uma doença clonal da medula óssea associada à hematopoese ineficaz, manifestando-se em citopenias, com risco variável de evolução para Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Foram reportados dados de coorte do perfil epidemiológico dos pacientes com NMD de baixo risco, as terapêuticas utilizadas e os desfechos de morbimortalidades. O estudo realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entre 1 de janeiro de 2010 e 31 de dezemb ...
Introdução: A Neoplasia Mielodisplásica (NMD) compreende um espectro de uma doença clonal da medula óssea associada à hematopoese ineficaz, manifestando-se em citopenias, com risco variável de evolução para Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Foram reportados dados de coorte do perfil epidemiológico dos pacientes com NMD de baixo risco, as terapêuticas utilizadas e os desfechos de morbimortalidades. O estudo realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entre 1 de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2020, incluiu 62 pacientes com NMD classificados com baixo risco pelo R-IPSS, excluídos pacientes com possíveis causas de mielodisplasia secundária. A mediana de idade foi de 66 anos, com predomínio da raça branca e do sexo feminino. O tratamento mais utilizado foi a eritropoetina (EPO) exógena, com associação positiva entre eritropoetina sérica <500U/L e resposta terapêutica através do teste V de Cramer de 0,44 com p<0,05. A mediana de sobrevida global para muito baixo risco, baixo risco e risco intermediário foi de 70, 82 e 32 meses e o tempo de sobrevida livre de progressão foi de 70, 60 e 13 meses, respectivamente. Fatores associados com menor sobrevida foram plaquetas <50.000/μL ao diagnóstico (RR de 2,54, p = 0,005) e sobrecarga de ferro (RR de 2,1, p = 0,02) e com maior sobrevida resposta à eritropoetina por mais de 12 meses de uso (RR de 0,23, p <0,001). Discussão: Os dados descritos nesse trabalho foram comparados com dados de outros estados do país, com países vizinhos da América do Sul e com dados internacionais, demonstrando medianas de idade ao diagnóstico semelhantes, com algumas diferenças nas curvas de sobrevida. Foi possível reproduzir com significância estatística outros achados de fator prognóstico como a trombocitopenia ao diagnóstico, sobrecarga de ferro e tempo de resposta à EPO conforme demonstrado em estudos semelhantes. A conclusão foi que além dos aspectos epidemiológicos, o estudo levanta a importância da quelação de ferro para melhorar os desfechos e o alerta para buscar terapêuticas alternativas aos pacientes com perda de resposta ao uso de EPO em menos de 12 meses. Ainda, é necessário ampliar o estudo em pacientes de alto risco para uma melhor caracterização da população atendida no serviço e traçar estratégias de saúde pública para um atendimento integrado dessa população. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Hematologia e Hemoterapia.
Coleções
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Ciências da Saúde (1509)
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