Análise de manifestações patológicas de revestimento de argamassa de sistemas de vedações no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier – Porto Alegre, RS

Abstract

Saúde engloba o bem estar físico, mental e social, devendo ser garantida a todos os cidadãos brasileiros sem qualquer discriminação. O bem estar das pessoas pode ser influenciado pelas condições das edificações que elas frequentam, resultando no estudo de manifestações patológicas de edifícios. Atentando para o caráter de ocupação permanente de penitenciárias, esta influência pode ser ainda maior. Não obstante, o Brasil se encontra em 4º lugar no ranking mundial de encarceramento feminino, onde o primeiro presídio feminino construído foi o Madre Pelletier, como uma casa de correção. O presente trabalho tem por objetivo analisar as manifestações patológicas no revestimento de argamassa no sistema de vedação do presídio, indicando possíveis origens e intervenções, mantendo o olhar crítico às condições de habitabilidade da edificação. Para isto, foi realizada uma visita nas áreas permitidas do complexo prisional a fim de coletar os dados e registros fotográficos para a elaboração da pesquisa As manifestações patológicas que ocorrem no local foram identificadas como fissuras, descolamentos, bolores, manchamentos, vegetação parasitária, vesículas e eflorescências, as quais muitas delas tem a mesma origem ou são potencializadas umas pelas outras. As intempéries e defeitos do sistema hidrossanitário e/ou de impermeabilização estão entre as causas mais identificadas nos revestimentos externos e internos, associadas à fatores técnicos como o tipo de argamassa utilizada. Considerando a idade da edificação e o seu aspecto público e de segurança, entende-se que ocorram poucas intervenções e projetos para recuperação da edificação, principalmente quando não há danos estruturais aparentes. Apesar disso, a principal solução apontada foi a remoção do revestimento prévio e a execução de uma nova camada. O Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier apresenta os desgastes naturais do tempo, adoecimento que não se limita às suas estruturas física, mas também pode se refletir nos seus ocupantes