Dispositivo intra-uterino multiload 250 : experiência de dez anos

Abstract

Foram inseridos 243 DIUS Multiload 250 (MLCu-250) em 150 pacientes ao longo de 10 anos, sempre pelo mesmo profissional. Em 149 pacientes, o dispositivo foi usado como anticonceptivo. Em apenas um caso, foi usado para tratamento da síndrome de Ashermann. Quarenta e três usuárias do DIU não referiram qualquer queixa, correspondendo a 28,7% das pacientes. Leucorréia, sangramento aumentado e cólica uterina foram as complicações mais freqüentes. Ocorreu uma perfuração uterina durante a inserção e um caso de doença inflamatória pélvica. Vinte e três pacientes tiveram o DIU retirado, por complicações, correspondendo a 15,3% do total de usuárias. A remoção por complicações ocorreu igualmente entre nulíparas e multíparas. A expulsão ocorreu em nove pacientes. Sete engravidaram com o DIU in situ e duas após expulsão não percebida, revelando baixo índice de falhas, levando-se em conta o número de DIUs e o período de tempo. O desejo de engravidar fez com que 21 mulheres tivessem o DIU removido. Destas, 15 tiveram seguimento na clínica, e a gestação ocorreu em 13 no primeiro ano que se seguiu à remoção, correspondendo a 86,6% das pacientes com acompanhamento que retiraram o DIU para gestar. 0 índice de adesividade pôde ser avaliado analisando-se o número de pacientes que usaram o DIU por mais de um ano (129 pacientes) e aquelas que retornaram ao uso após retirada por complicações, incluindo gestação e expulsão (11 pacientes).

A total of 243 Multiload contraceptive intrauterine devices (IUD MLCu-250) were insertedin 150 women during the last ten years. They were always inserted by the same physician. The IUD was used to contraception in 149 patients and for treatment of Ashermann's syndrome in one case. Forty-Three women didn't have any complication (28.7 %). Vaginal discharge, abnormal bleeding and pain were the most frequent complications. One perfuration and one case of pelvic inflammatory disease occurred. In 23 patients, the IUD was removed due to complications, excepting pregnancies and expulsion (15.3%). The removal of IUD because of complications in nulliparas and multiparas was the same. The expulsions occurred in nine patients. Seven women became pregnant with the IUD in situ and two after unnoticed expulsion. This shows low failure rates if the number of IUDs and the time of use are considered. A total of 21 women had the IUD removed because of pregnancy and 15 were followed up in the clinic. Within 12 months, 13 women (86.6%) had conceived. Compliance could be evaluated analysing the continuation rates one year after insertion (129 patients) and the return of use after removal because of complications, including pregnancies and expulsions (11 patients).