Coorte retrospectiva para avaliação da função sexual em pacientes submetidos a uretroplastia

Abstract

Introdução: Estenose de uretra é uma enfermidade comum que afeta principalmente homens, com incidência crescente ao longo da vida. Existem diversas formas de tratamento disponíveis, variando conforme as características do paciente, o grau e a localização da estenose, entre outros. Embora existam algumas técnicas para o tratamento, ainda não está claro se o tipo de abordagem cirúrgica interfere na função sexual desses pacientes. Objetivo: Avaliar a interação entre diferentes técnicas cirúrgicas e o desfecho miccional e sexual. Método: Revisão de dados clínicos e questionários aplicados (IPSS e IIEF) em pacientes no pré-operatório e 06 meses após serem submetidos a uretroplastia. Resultados: Grupos de pacientes submetidos a uretroplastia, com ou sem transecção uretral, ajustada a análise pela idade e comorbidades. Houve melhora dos parâmetros miccionais com Qmáx médio de 3,86 ml/s[1,70; 6,02] para 9,78 ml/s[7,41; 12,15] (p<0,001), do ponto de vista sexual a cirurgia com transecção uretral teve piores desfechos com relação ao IIEF, 46,12 [28,66; 63,57] para 39,55 [25,41; 53,69], enquanto a cirurgia sem transecção houve melhora dos parâmetros 51,86 [42,98; 60,73] para 57,33 [48,78; 65,89] (p0,019). Conclusão: A complexidade do das estenoses uretrais e seus tratamentos, podem alterar a qualidade de vida sexual dos pacientes.

Background: Urethral stricture is a common disease that mainly affects men, with increasing incidence throughout life. There are several forms of treatment available, varying according to the characteristics of the patient, the degree and location of the stenosis, among others. Although there are some techniques for treatment, it is still unclear whether the type of surgical approach interferes with the sexual function of these patients. Aim: To evaluate the interaction between different surgical techniques and postoperative functional, voiding and sexual outcome. Methods: Review of clinical data and applied questionnaires (IPSS and IIEF) in patients preoperatively and 6 months after undergoing urethroplasty. Results: Groups of patients undergoing urethroplasty, with or without urethral transection, adjusted analysis for age and comorbidities. There was improvement in micturition parameters with a mean Qmax of 3.86 ml/s[1.70; 6.02] to 9.78 ml/s [7.41; 12.15] (p<0.001), from the sexual point of view, surgery with urethral transection had worse outcomes in relation to IIEF, 46.12 [28.66; 63.57] to 39.55 [25.41; 53.69], while surgery without transection showed improvement in parameters 51.86 [42.98; 60.73] to 57.33 [48.78; 65.89] (p0.019). Conclusion: The complexity of urethral strictures and their treatments, could change the quality of sexual life of patients.