Patologização e neoliberalismo : a escola e a internet como meios de subjetivação diagnóstica de crianças e adolescentes
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Data
2023Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Esse estudo analisa a relação entre psiquiatria, neoliberalismo e modos de subjetivação patológica a partir da produção discursiva sobre a divulgação de ferramentas, dicas, opiniões, depoimentos e narrativas sobre os diagnósticos de transtornos mentais em crianças e adolescentes. Para isso, busca evidenciar as bases discursivas que constituem os modelos diagnósticos em um processo de patologização da vida. Como os discursos médicos atravessam espaços importantes de subjetivação como a escola e ...
Esse estudo analisa a relação entre psiquiatria, neoliberalismo e modos de subjetivação patológica a partir da produção discursiva sobre a divulgação de ferramentas, dicas, opiniões, depoimentos e narrativas sobre os diagnósticos de transtornos mentais em crianças e adolescentes. Para isso, busca evidenciar as bases discursivas que constituem os modelos diagnósticos em um processo de patologização da vida. Como os discursos médicos atravessam espaços importantes de subjetivação como a escola e a internet, e como estão relacionados à produção de determinado tipo de sujeito no marco neoliberal? Para tentar desdobrar essa pergunta, traz análises documentais e discursivas a partir de ferramentas de diagnóstico; textos da internet sobre transtornos mentais que visam atingir o público leigo; depoimentos virtuais de pessoas diagnosticadas; relatos de educadoras sobre a transformação desses e outros discursos em práticas institucionais e pedagógicas; além, é claro, de uma discussão teórica que atravessa todo o texto e que conjuga áreas como psicologia social, sociologia e antropologia para compreender tal expansão de ferramentas de diagnóstico de transtorno mental no bojo dos processos de patologização da vida. A pesquisa evidencia, para além do processo diagnóstico em si, certa racionalidade diagnóstica como vetor de força na produção de identidades, bastante modulada pela individualização biologizante do sofrimento psíquico. A sua relação com o neoliberalismo, argumento, está visível principalmente a partir do paradigma da produtividade, que exige diagnósticos acelerados e pretensamente objetivos. No entanto, a pesquisa também mostra que os discursos hegemônicos não necessariamente produzem as mesmas subjetividades, já que são significados de formas distintas pelos sujeitos e são também confrontados por práticas psicossociais. ...
Abstract
This study analyzes the relations between psychiatry, neoliberalism and modes of pathological subjectivation from the discursive production on the dissemination of tools, tips, opinions, testimonials and narratives about diagnoses of mental disorders in children and adolescents. To do so, it seeks to highlight the discursive bases that constitute the diagnostic models in a process of pathologizing life. How do medical discourses cross important spaces of subjectivation such as school and the in ...
This study analyzes the relations between psychiatry, neoliberalism and modes of pathological subjectivation from the discursive production on the dissemination of tools, tips, opinions, testimonials and narratives about diagnoses of mental disorders in children and adolescents. To do so, it seeks to highlight the discursive bases that constitute the diagnostic models in a process of pathologizing life. How do medical discourses cross important spaces of subjectivation such as school and the internet, and how are they related to the production of a certain type of subject in the neoliberal framework? To try to unfold this question, it brings documental and discursive analysis from diagnostic tools; internet texts about mental disorders that aim to reach the lay public; virtual testimonies of diagnosed people; educators reports on the transformation of these and other discourses into institutional and pedagogical practices; in addition, of course, to a theoretical discussion that runs through the entire text and combines areas such as social psychology, sociology and anthropology to understand such expansion of mental disorder diagnostic tools within the pathologization processes of life. The research shows, beyond the diagnostic process itself, a certain diagnostic rationality as a force vector in the production of identities, greatly modulated by the biologizing individualization of psychic suffering. Its relations with neoliberalism, I argue, are visible mainly from the productive paradigm, which requires accelerated and supposedly objective diagnoses. However, the research also shows that the hegemonic discourses do not necessarily produce the same subjectivities, since they are signified in different ways by the subjects and are also confronted by psychosocial practices. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de Ciências Sociais: Bacharelado.
Coleções
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TCC Ciências Sociais (764)
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