O uso de desogestrel em pacientes com dor pélvica crônica em ambulatório terciário no Sul do Brasil

Abstract

A dor pélvica crônica (DPC) é uma entidade clínica que atinge cerca de 26% da população feminina em geral, sendo responsável por cerca de 40% das laparoscopias ginecológicas e mais de 12% das histerectomias (1). Apesar de até 80% dos casos possuírem etiologia não ginecológica (1) (Síndromes Miofasciais, Fibromialgia, Síndrome do Intestino Irritável, Síndrome da Bexiga Dolorosa, constipação crônica, etc), o dia-a-dia do Ginecologista é permeado por casos desafiadores de pacientes com DPC e patologias ginecológicas. Neste contexto, destaca-se a Endometriose e suas variantes clínicas, podendo atingir até 10% da população feminina na menacme (2). Dentre os tratamentos disponíveis para o manejo da endometriose, as progesteronas, sejam elas por via oral, ou por sistema intrauterino, demonstram importante papel no manejo. O uso de desogestrel isolado de modo contínuo, por via oral, disponível na dose de 75mcg demonstra-se como uma adequada opção terapêutica no manejo de endometriose, dismenorreia, DPC e sangramento uterino (sintoma este frequentemente relatado por pacientes portadoras de DPC) com eficiência comprovada em diversos estudos (3;4;5;6). Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão na literatura acerca dos benefícios do uso do desogestrel no tratamento das mulheres que sofrem com DPC, e, por fim, promover uma análise do uso da medicação em coorte de 50 pacientes do Ambulatório de Dor Pélvica Crônica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) atendidas no ano de 2022.