Adesão ao tratamento de pacientes com diabetes insulino-dependentes: associação dos registros de dispensação com controle glicêmico e outros fatores associados

Abstract

Introdução: a adesão ao tratamento para Diabetes Mellitus tipo 1 e 2, com a administração de insulina, é extremamente importante para o controle do nível de glicose no sangue e assim evitar complicações e hospitalizações devido a doença. Atualmente, na rede pública de saúde em Porto Alegre, é disponibilizada a insulina regular de ação rápida e a insulina NPH de ação intermediária para retirada gratuitamente com a apresentação de receita médica. As Unidades Básicas de Saúde de Porto Alegre utilizam sistema informatizado para a dispensação dos medicamentos presentes na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME), chamado Sistema de Dispensação de Medicamentos (DIS). Este registro foi utilizado como mecanismo para verificar a adesão do paciente ao tratamento para diabetes, tendo como a retirada da insulina como parâmetro desta pesquisa. Objetivo: descrever a relação entre a taxa de adesão ao tratamento conforme registros de dispensação de insulina para pacientes portadores de diabetes e os valores glicêmicos obtidos com a avaliação dos resultados laboratoriais de Hemoglobina Glicada, Glicemia em jejum e pós-prandial com base nas evoluções em prontuários e exames atualizados. Métodos: estudo de coorte retrospectivo será utilizado para avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso, utilizando o registro de seis meses (180 dias) de retirada de insulina no sistema informatizado DIS com base nos pacientes que utilizam a US Santa Cecília. A população do estudo foi composta pelos usuários de insulina, com a amostragem selecionada com o auxílio do relatório de dispensação diária fornecido pelo sistema DIS. Os desfechos utilizados para associação com a adesão estimada foram: Hemoglobina Glicada, Glicemia em Jejum e valores pós-prandial, coletados no sistema AGHUse (sistema informatizado utilizado na US Santa Cecília e no Hospital de Clínicas de Porto Alegre) através da avaliação de prontuário. Resultados: os resultados apresentados em forma de artigo demonstram que dos 121 pacientes incluídos no estudo, 69 (57%) apresentaram comportamento aderente com base no registro de dispensação e destas, 44 pessoas, estavam com a Hemoglobina Glicada (Hb1Ac) no alvo. Não foi possível estabelecer uma relação significativa entre adesão e Hb1Ac no alvo, mas foi possível observar uma tendência de melhor controle glicêmico em pacientes que retiram frequentemente a Insulina para tratamento do Diabetes. Considerações finais: a avaliação de adesão ao tratamento é processo contínuo e complexo por se tratar de uma doença crônica e exigir cuidados diários para controle. Entretanto foi possível identificar que, ao seguir o tratamento, é possível manter a doença estável e evitar complicações decorrentes do Diabetes. Como profissional da saúde, essa pesquisa contribuiu para identificar outras maneiras de abordagens e assim contribuir com a assistência farmacêutica à equipe multidisciplinar e aos pacientes.