Composição química e atividade in vitro da própolis brasileira verde e jataí sobre isolados clínicos de Sporothrix brasiliensis

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar a composição química e a atividade antifúngica da própolis Brasileira Verde (abelhas Apis mellifera) e Jataí (abelhas Tetragonisca angustula) frente ao Sporothrix brasiliensis provenientes de isolados clínicos de cães, gatos e humanos. Os produtos apícolas foram preparados nas formas de extratos hidroalcoólicos, e a composição química foi determinada pela cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas. A atividade antifúngica sobre S. brasiliensis (n: 20) foi determinada através da técnica de microdiluição em caldo (M38-A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute), adaptado para o uso de produtos naturais. Os extratos apícolas foram testados nas concentrações de 50 a 1,56 mg/mL, e o itraconazol utilizado como controle antifúngico foi testado nas concentrações de 16 a 0,03 μg/mL. Os testes foram realizados em duplicatas e os resultados expressos em concentração inibitória mínima (CIM). Na análise química, foi observada um maior conteúdo fenólico total em relação ao conteúdo flavonóide total, para ambos os extratos, havendo um maior conteúdo fenólico na própolis verde. Dos seis ácidos fenólicos e nove flavonóides detectados pela cromatografia, foram quantificados rutina, ácido cafeico, ácido clorogênico, ácido ferúlico e ácido p-cumárico, sendo este o último presente em altas concentrações para ambas as amostras, especialmente na própolis verde. Ao avaliar a atividade antifúngica sobre S. brasiliensis, nenhum dos extratos apresentou atividade inibitória nas concentrações testadas (CIM >50 mg/mL). Os isolados clínicos apresentaram sensibilidade in vitro ao itraconazol nas CIM >16 a 0,25 μg/mL. Entretanto, foram observadas cepas resistentes ao itraconazol.

The aim of this study was to evaluate the chemical composition and antifungal activity of Green (bee Apis mellifera) and Jataí (bee Tetragonisca angustula) Brazilian propolis against Sporothrix brasiliensis obtained from clinical isolates of dogs, cats and humans. The products were prepared as hydroalcoholic extracts, and the chemical composition was analyzed by high efficiency liquid chromatography coupled with a mass spectrometer. The antifungal activity on S. brasiliensis (n: 20) was determined through the broth microdilution technique (M38-A2 document of Clinical and Laboratory Standards Institute), adapted to natural products. The extracts were tested from the concentrations of 1.56 to 50 mg/mL, and itraconazole was used as antifungal control from 0.03 to 16 μg/mL. The tests were performed in duplicate and the results were expressed in minimal inhibitory concentrations (MIC). In the chemical analysis, a higher total phenolic content in relation to total flavonoid content was observed for both extracts, with a higher phenolic content in the green propolis. Among the six phenolic acids and nine flavonoids detected by chromatography, rutin, cafeic acid, chlorogenic acid, ferulic acid and p-coumaric acid were the compounds quantified, being this last compound present in high concentrations for both samples, mainly in green propolis. In the antifungal activity on S. brasiliensis, none of the extracts showed inhibitory activity in the tested concentrations (MIC >50 mg/mL). The clinical isolates showed in vitro sensibility to itraconazole in the MIC up to 16 to 0,25 μg/mL, but itraconazole-resistant isolates were observed.

El objetivo del estudio fue evaluar la composición química y la actividad antifúngica de propóleos Brasileños Verde (abejas Apis mellifera) y Jataí (abejas Tetragonisca angustula) contra Sporothrix brasiliensis a partir de aislados clínicos de perros, gatos y seres humanos. Los productos fueron preparados en forma de extractos hidroalcohólicos y la composición química fue determinada por cromatografia líquida de alta resolución acoplada a espectrometría de masas. La actividad antifúngica contra S. brasiliensis (n: 20) fue determinada por la técnica de microdilución en caldo (M38-A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute), adaptado para el uso de productos naturales. Los extractos de propóleos fueron evaluados en concentraciones de 50 a 1,56 mg/mL y el itraconazol utilizado como un control antifúngico fue testado en concentraciones de 16 a 0,03 μg/mL. Los tests fueron realizados por duplicado y los resultados se expresaron como concentración inhibitoria mínima (CIM). En el análisis químico, un mayor contenido total fenólico en relación al contenido total de flavonoides se observó para ambos extractos, con un mayor contenido fenólico en propóleo verde. De los seis ácidos fenólicos y nueve flavonoides detectados por cromatografía, los compuestos cuantificados fueron rutin, ácido clorogénico, ácido cafeico, ácido ferúlico y ácido p-cumárico. Este último compuesto estaba presente en altas concentraciones para ambas muestras, especialmente en propóleo verde. Al evaluar la actividad antifúngica contra S. brasiliensis, ninguno de los extractos mostraron actividad inhibitoria en las concentraciones (CIM >50 mg/mL). Los aislados clínicos mostraron susceptibilidad in vitro al itraconazol en las CIM > 16 a 0,25 μg/mL. Sin embargo, se observaron aislados resistentes a itraconazol.