Influência da topografia da coroa dentária de pré-molares sobre a resistência a fratura em dentes com preparo mod e manipulados endodonticamente

Abstract

Objetivo: Avaliar se a topografia da coroa dentária influência na resistência à fratura de prémolares tratados endodonticamente e com preparo MOD submetidos a diferentes protocolos restauradores. Método: Sessenta e quatro pré-molares humanos com uma ou duas raízes em proporções numéricas (n) iguais, foram selecionados e divididos aleatoriamente em quatro grupos (n = 8), para cada uma das duas topografias analisadas (M = uma raiz; P = duas raízes): MH: hígido; MNR: endodontia (E) + preparo cavitário MOD; MR: E + MOD + restauração resina (RE); MP: E + MOD + RS + pino de zircônia horizontal (ZP); PH: hígido; PNR: E + MOD; PR: E + MOD + RS; PP: E + MOD + RS + ZP. Os preparos cavitários MOD foram padronizados com largura e profundidade dentro de cada uma das duas topografias. Após realização dos grupos, as amostras foram termocicladas e então submetidas ao ensaio de resistência à fratura. As falhas após o teste de fratura foram classificadas em: irrecuperáveis (assoalho pulpar) ou recuperáveis (sem fratura do assoalho pulpar). Para análise estatística foram utilizados teste T e ANOVA, seguido do teste de comparações múltiplas de Tukey, quando necessário. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Maior resistência à fratura foi observada nos pré-molares monorradiculares em relação aos polirradiculares (P < 0.05). Na comparação entre os protocolos restauradores, independentemente da topografia dentária, não houve diferença estatística entre os dentes com ou sem restauração coronária sem pino transfixado. Diferença estatística foi obtida nos dentes com restauração direta associada a um pino transfixado (P < 0.05), porém sem apresentar diferença em relação aos dentes hígidos. Conclusão: Pré-molares com uma raiz apresentam maior resistência à fratura do que com duas raízes. O tratamento restaurador com uso de pino de zircônia transfixado horizontalmente recuperou a resistência à fratura similar a um dente hígido.

Objective: To evaluate whether dental crown topography influences the fracture resistance of premolars treated endodontically and with MOD preparation subjected to different restorative protocols. Method: Sixty-four human premolars with one or two roots in equal numerical proportions (n) were selected and randomly divided into four groups (n = 8): (M = one root; P = two roots) MH: healthy; MNR: endodontics (E) + MOD cavity preparation; MR: E + MOD + resin restoration (RE); MP: E + MOD + RS + horizontal zirconia post (ZP); PH: healthy; PNR: E + MOD; PR: E + MOD + RS; and PP: E + MOD + RS + ZP. MOD cavity preparations were standardized with width and depth within each of the two topographies. After allocation to the groups, the samples were thermocycled and then subjected to the fracture resistance test. Failures after the fracture test were classified as unrecoverable (with pulp floor fracture) or recoverable (without pulp floor fracture). For statistical analysis, T test and ANOVA were used, followed by Tukey’s multiple comparison test, when necessary. The level of significance adopted was 5%. Results: Greater resistance to fracture was observed in single-root premolars compared to multiroot premolars (P<0.05). When comparing restorative protocols, regardless of dental topography, there was no statistical difference between teeth with or without coronary restoration without a transfixed post. Statistical difference was obtained in teeth with direct restoration associated with a transfixed post (P<0.05), but without any difference in relation to healthy teeth. Conclusion: Single-rooted premolars are more resistant to fracture than double-rooted premolars. The restorative treatment using a horizontally transfixed zirconia post improved fracture resistance, resembling that of a healthy tooth.