Avaliação da relação entre parentalidade, burnout e outros fatores individuais em trabalhadores brasileiros durante a pandemia de COVID-19
Fecha
2022Autor
Tutor
Co-director
Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Abstract
O trabalho é uma parte central da vida humana. Com os avanços tecnológicos e mudanças culturais, sociais e econômicas, o cenário do trabalho vem sofrendo diversas modificações. Em 2020, devido ao estabelecimento de medidas de contenção da pandemia de COVID-19, o número de pessoas em trabalho remoto cresceu exponencialmente. Nesse contexto, potenciais consequências sobre a estrutura familiar, o ambiente de trabalho e a saúde mental do trabalhador têm sido um importante foco de preocupação, sobre ...
O trabalho é uma parte central da vida humana. Com os avanços tecnológicos e mudanças culturais, sociais e econômicas, o cenário do trabalho vem sofrendo diversas modificações. Em 2020, devido ao estabelecimento de medidas de contenção da pandemia de COVID-19, o número de pessoas em trabalho remoto cresceu exponencialmente. Nesse contexto, potenciais consequências sobre a estrutura familiar, o ambiente de trabalho e a saúde mental do trabalhador têm sido um importante foco de preocupação, sobretudo em um período em que escolas, creches e locais de trabalho se encontravam fechados. Dessa forma, esta dissertação compreende um estudo transversal on-line que teve o objetivo de avaliar a relação entre parentalidade, burnout, procrastinação, modalidade de trabalho e outros fatores individuais durante a pandemia de COVID-19 nos meses de julho-setembro/2020. Foram recrutados por conveniência trabalhadores brasileiros maiores de 18 anos. Para a avaliação dos níveis de burnout, foi utilizado o Inventário de Burnout de Copenhagen (CBI), que compreende três dimensões divididas em três subescalas independentes: burnout pessoal (PB), burnout relacionado ao trabalho (WB) e burnout relacionado ao cliente (CB). Para a avaliação dos níveis de procrastinação, foi utilizado o Questionário de Procrastinação Irracional (IPS). Foram produzidos dois artigos: o primeiro incluiu 435 participantes e focou nas relações entre parentalidade, procrastinação e burnout em trabalhores em trabalho remoto comparados com trabalhadores em trabalho presencial; o segundo incluiu 196 mulheres em trabalho remoto e avaliou fatores relacionados a maiores níveis de burnout em mães. No primeiro artigo, não houve diferença na CBI entre as modalidades de trabalho, embora o grupo em trabalho remoto tenha apresentado níveis ligeiramente mais elevados de procrastinação. Profissionais com filhos apresentaram níveis menores de procrastinação e burnout quando comparados com aqueles sem filhos. Contudo, profissionais com filhos menores de 12 anos apresentaram maiores níveis de procrastinação e burnout em comparação aos que não tinham filhos. As mães apresentaram níveis de burnout maiores em todas as subescalas da CBI quando comparadas com pais. Em um modelo de regressão múltipla de Poisson, níveis clinicamente significativos de burnout foram associados a ser do sexo feminino, ter tido aumento da carga de cuidado com os filhos e morar com crianças menores de 12 anos. No segundo artigo, mães que moravam com filhos menores de 12 anos apresentaram maiores níveis de burnout nas dimensões PB e WB. Em um modelo de regressão linear múltipla, o aumento da carga de cuidado com os filhos apresentou maior relação com altos níveis de burnout em todas as subescalas da CBI, sendo mais significativo do que o aumento da carga de trabalho em si. Esses resultados sugerem que o trabalho remoto parece apresentar mais vantagens do que desvantagens em condições ideais. No entanto, desequilíbrios entre vida profissional e familiar, particularmente na distribuição do trabalho e das responsabilidades entre gêneros, parecem ser um aspecto fundamental quando pensamos em sofrimento entre os trabalhadores, especialmente mulheres com filhos pequenos. Dessa forma, futuros estudos são necessários para aprofundar o entendimento sobre quais trabalhadores são mais vulneráveis e estabelecer intervenções preventivas durante e após a pandemia de COVID-19. ...
Resumo
Work is a central part of human life. With technological advances and cultural, social, and economic changes, the work scene is constantly changing. In 2020, due to the establishment of measures to contain the COVID-19 pandemic, the number of people working from home (WFH) grew exponentially. In this context, potential consequences on the family structure, the work environment, and the workers' mental health have been a focus of concern, especially when schools, daycare centers, and workplaces ...
Work is a central part of human life. With technological advances and cultural, social, and economic changes, the work scene is constantly changing. In 2020, due to the establishment of measures to contain the COVID-19 pandemic, the number of people working from home (WFH) grew exponentially. In this context, potential consequences on the family structure, the work environment, and the workers' mental health have been a focus of concern, especially when schools, daycare centers, and workplaces were closed. In this way, this dissertation comprises an online cross-sectional study that aimed to assess the relationship between parenting, burnout, procrastination, work mode, and other individual factors during the COVID-19 pandemic in the months of July-September/2020. We recruited for convenience Brazilian workers over 18 years old. The Copenhagen Burnout Inventory (CBI) was used to assess burnout levels. It comprises three dimensions divided into three independent subscales: personal burnout (BP), work-related burnout (WB), and client-related burnout (CB). The Irrational Procrastination Questionnaire (IPS) was used to assess procrastination levels. We produced two articles: the first article included 435 participants and focused on the relationships between parenting, procrastination, and burnout in WFH workers compared to face-to-face workers; the second article included 196 women working from home and evaluated factors related to higher levels of burnout in mothers. In the first article, there was no difference in the CBI between the work modalities, although the WFH group had slightly higher levels of procrastination. Parents had lower levels of procrastination and burnout when compared to non-parents. However, parents with children under 12 years old had higher levels of procrastination and burnout when compared to non-parents. Mothers had higher levels of burnout on all CBI subscales compared to fathers. In a Poisson multiple regression model, clinically significant levels of burnout were associated with being female, increased childcare load, and living with children under 12 years old. In the second article, mothers who lived with children under 12 years old had higher levels of burnout in the PB and WB dimensions. In a multiple linear regression model, increased childcare load was more closely related to high levels of burnout in all CBI subscales, being more significant than increased workload itself. These results suggest that WFH appears to have more advantages than disadvantages under ideal conditions. However, imbalances between professional and family life - particularly in the unequal distribution of work and responsibilities between genders - seem to be a fundamental aspect of the suffering among workers, especially among women with young children. Thus, future studies are needed to understand which workers are more vulnerable and establish preventive interventions during and after the COVID-19 pandemic. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do Comportamento.
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