Quem faz o jogo ? mediadoras/educadoras e crítica institucional no sistema contemporâneo da arte

Abstract

Esta pesquisa reflete sobre proposições artístico-pedagógicas desenvolvidas por mediadoras/educadoras como um possível exercício de crítica institucional, aqui compreendida como uma ferramenta analítica de pesquisa e ação. Para tanto, foram eleitos dois estudos de caso que assumem o formato de jogos e que foram elaborados recentemente por educadoras a partir de suas vivências institucionais e perspectivas críticas e pessoais sobre o assunto. São eles: Super Triunfo Educativo (2019), de Julia Cavazzini, e Corpo Negro Cubo Branco (2019), de Renata Sampaio. Com isso, buscamos responder a seguinte pergunta: “como a crítica institucional vem sendo aplicada por mediadoras e mediadores em suas atuações e proposições educativas?”. Constatamos, nesses casos específicos, que se tratam de exercícios críticos desenvolvidos à revelia das estruturas institucionais às quais as educadoras estão vinculadas. Neste ínterim, também percebemos a importância desses trabalhos em um movimento urgente de materialização das histórias protagonizadas por mediadoras/educadoras em espaços de arte, dentro de uma compreensão de que práticas educativas propostas no contexto de setores educativos de artes visuais também devem ser reconhecidas como práticas de história da arte.

This research reflects on artistic-pedagogical propositions developed by mediators/educators as a possible institutional criticism exercise, understood here as an analytical research and action tool. For this purpose, we chose two case studies that assume the form of games and that were recently elaborated by educators based on their institutional experiences and their critical and personal perspectives on the subject. They are Super Triunfo Educativo (2019), by Julia Cavazzini, and Corpo Negro Cubo Branco (2019), by Renata Sampaio. With these studies, we sought to answer the following question: “how is the institutional critique being used by mediators in their actions and educational proposals?”. It was found that, in these specific cases, they are critical exercises developed in disregard of the institutional structures to which the educators are linked. During this research, the importance of these works was also perceived in an urgent movement to materialize the stories carried out by mediators/educators in art spaces, within the author's understanding that educational practices proposed in the context of the visual arts educational sectors should also be recognized as art history practices.