Avaliação da resiliência de pacientes com câncer em quimioterapia ambulatorial
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Data
2018Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
O câncer é uma doença prevalente e o tratamento é composto, principalmente, por cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Em particular, a quimioterapia, ao mesmo tempo em que viabiliza a cura de alguns tumores, provoca efeitos colaterais que alteram a vida do paciente, gerando conflitos e incertezas. A capacidade de enfrentamento a situações adversas, que é definida como resiliência, auxilia o paciente na superação das dificuldades do tratamento. Entretanto, ainda são poucos os estudos que avali ...
O câncer é uma doença prevalente e o tratamento é composto, principalmente, por cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Em particular, a quimioterapia, ao mesmo tempo em que viabiliza a cura de alguns tumores, provoca efeitos colaterais que alteram a vida do paciente, gerando conflitos e incertezas. A capacidade de enfrentamento a situações adversas, que é definida como resiliência, auxilia o paciente na superação das dificuldades do tratamento. Entretanto, ainda são poucos os estudos que avaliam a resiliência em pacientes que realizam quimioterapia ambulatorial. O objetivo desta pesquisa foi o de avaliar a resiliência, os aspectos emocionais de depressão e ansiedade e os mecanismos de defesa de pacientes com câncer no enfrentamento do tratamento com quimioterapia ambulatorial. Trata-se de um estudo com delineamento observacional, de correlação, prospectivo e longitudinal. A amostra foi composta por pacientes com diagnóstico de câncer, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, alfabetizados e em início de tratamento com quimioterapia ambulatorial. Para identificar a presença de sintomas depressivos, de ansiedade, os mecanismos de defesa e de resiliência, foram aplicados os seguintes instrumentos, respectivamente: Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Defense Style Questionnaire (DSQ 40) e Escala de Resiliência. Os instrumentos foram aplicados no primeiro dia de tratamento quimioterápico e após 30 a 45 dias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram incluídos no estudo um total de 55 participantes, sendo 32(58%) do sexo feminino, com média (desvio padrão) de idade de 54,1(DP=12,2) anos. Os diagnósticos mais frequentes foram câncer colorretal 15(27%) e 12(22%) de mama e os efeitos colaterais presentes de forma significativa na segunda avaliação foram: náusea (p<0,001), queda de cabelo (p=0,006), dor nas articulações (p=0,004) e vômito (p=0,002). Em relação aos aspectos emocionais, pode-se observar correlação negativa moderada significativa entre a depressão e ansiedade com os níveis de resiliência tanto na primeira (p<0,001) como na segunda avaliação (p<0,05), ou seja, quanto maior são os sintomas depressivos e de ansiedade, menor é a resiliência dos pacientes. Os mecanismos de defesa maduros - humor, racionalização e supressão - apresentaram correlação moderada positiva significativa e os imaturos - fantasia autística e atuação - demonstraram correlação negativa. Os resultados confirmaram que, quanto maior os sintomas depressivos e de ansiedade, menor é a resiliência em pacientes que realizam quimioterapia ambulatorial, desde o início do tratamento. Outro aspecto que interfere na capacidade de resiliência são os mecanismos de defesa, sendo que, quanto mais adaptativos forem as defesas, maior é a resiliência. Portanto, considerando que a resiliência é uma capacidade que auxilia no enfrentamento das situações difíceis e é passível de modificação, é importante que a equipe de enfermagem fique atenta aos aspectos psicossociais do paciente ao longo das sessões de quimioterapia. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem. Curso de Enfermagem.
Coleções
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TCC Enfermagem (1191)
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