Associação entre escore de cálcio coronariano e strain longitudinal global do ventrículo esquerdo e parâmetros diastólicos no estudo ELSA-Brasil

Abstract

A quantificação da calcificação arterial coronariana (CAC) permite detectar a doença arterial coronariana em estágios subclínicos e tem se mostrado um importante preditor de eventos clínicos. As placas ateroscleróticas não obstrutivas podem não causar isquemia, mas podem afetar a homeostase da microcirculação coronariana com efeitos neuro-humorais e vasoativos, levando à modificação de parâmetros funcionais do ventrículo esquerdo. Neste estudo, avaliamos na coorte do ELSA-Brasil a associação entre aterosclerose subclínica (CAC > 0) e parâmetros funcionais do ventrículo esquerdo, medidos através de alteração do strain longitudinal global como marcador de disfunção sistólica subclínica e da relação E/e’, e’ septal e e’ lateral, como marcadores de disfunção diastólica. Foi observada associação do CAC com parâmetros de função ventricular esquerda, entretanto, esta associação não persistiu aos ajustes para as covariáveis. Dessa forma, não pudemos demonstrar uma associação independente entre aterosclerose subclínica e parâmetros ecocardiográficos de função ventricular.

Coronary artery calcification (CAC) quantification allows the detection of coronary artery disease in subclinical stages and has been shown to be an important predictor of clinical events. Non-obstructive atherosclerotic plaques may not cause ischemia, but they have neurohumoral and vasoactive effects, which may ultimately affect left ventricular function parameters. In this study, we evaluated in the ELSA-Brasil cohort whether individuals with subclinical atherosclerosis (CAC > 0) would impact subclinical left ventricular function parameters as measured by global longitudinal strain (GLS), and the E/e’ ratio, septal e’ and lateral e’ as markers of left ventricular diastolic dysfunction. We found an association of CAC with these left ventricular function parameters, however this association did not persist in adjusted models. Therefore, we could not demonstrate an independent association between subclinical atherosclerosis and echocardiographic parameters of ventricular function.