O mais belo poema de Platão : a mousikē na constituição de Magnésia em Leis I-IV

Abstract

Este Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao curso de Bacharelado em Filosofia, concentra-se na análise do conceito e na aplicação de mousikē em Leis, diálogo tardio de Platão. O poeta havia sido expulso da cidade projetada na República, diálogo do período médio platônico, por causa dos efeitos negativos que a mousikē e a mímēsis proporcionavam à alma. Consequentemente, todos os gêneros poéticos, com exceção aos hinos e encômios aos homens virtuosos, foram banidos. Nas seguintes páginas, será examinado como Platão recua na expulsão do poeta e trata a mousikē de modo que ela seja em grande parte reintegrada e essencial para a constituição de uma pólis (quase) perfeita. A saber, será argumentado que Platão, reconhecendo as funções culturais, políticas, cívicas e éticas da mousikē, emprega os encantos das canções corais às almas dos cidadãos a favor de seu projeto. Fazendo uso de recursos como correção, crítica, elogio e censura, Platão estaria tratando a mousikē como o que constitui a identidade cultural, moral e cívica de um povo.

This Undergraduate Dissertation, presented to the Bachelor’s Major in Philosophy, focuses on the analysis of the concept and application of mousikē in Laws, a late Platonic dialogue. The poet had been banned from the city designed by the Republic, one of Plato’s mid-dialogues, in account of the negative effects mousikē and mímēsis provided the soul. Consequently, most of the poetic genres, except hymns and encomia to virtuous men, had been banned. In the following pages, I will examine how Plato retreats from the banishment of the poet and how he treats mousikē in a way that it is reintegrated and essential to the constitution of a(n) (almost) perfect pólis. Namely, I will argue that Plato, acknowledging mousikē cultural, political, civic and ethic functions, uses the choral chant’s charm on citizen’s souls in favor of his project. Employing resources such as correction, critique, praise, blame, and censorship, Plato would be treating as that which constitutes the cultural, moral, and civic identity of a people.