Coprofagia em detritívoros : direcionamento metodológico para estudos de taxas alimentares em isópodos terrestres (Crustacea, Isopoda, Oniscidea)
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Data
2018Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
Os isópodos terrestres consomem fezes tanto em condições de laboratório quanto na natureza. Esse comportamento ainda não é bem compreendido e pode estar relacionado com o consumo de cobre, de enzimas recalcitrantes ou também com o consumo de microrganismos. A coprofagia é evitada em experimentos sobre taxas alimentares mesmo que não se saiba quais são os seus efeitos. Por isso, o objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da coprofagia na taxa de consumo, de crescimento e na digestibilida ...
Os isópodos terrestres consomem fezes tanto em condições de laboratório quanto na natureza. Esse comportamento ainda não é bem compreendido e pode estar relacionado com o consumo de cobre, de enzimas recalcitrantes ou também com o consumo de microrganismos. A coprofagia é evitada em experimentos sobre taxas alimentares mesmo que não se saiba quais são os seus efeitos. Por isso, o objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da coprofagia na taxa de consumo, de crescimento e na digestibilidade dos isópodos a fim de sugerir o melhor desenho experimental para futuros estudos sobre taxas alimentares. Para isso, utilizamos três espécies de isópodos representando grupos eco-morfológicos diferentes, Atlantoscia floridana (corredor), Balloniscus glaber (aderente) e Armadillidium vulgare (rolador), e duas espécies de folhas, Machaerium stipitatum e Lithraea brasiliensis com alto e baixo teor de nitrogênio, respectivamente. Os experimentos tiveram duração de sete dias. Utilizamos tratamentos com acesso às fezes, retirada manual das fezes e rede como uma barreira para que os isópodos não acessassem as fezes. Não encontramos diferença significativa para nenhuma espécie de isópodo com nenhuma folha para a taxa de consumo e para a digestibilidade. A taxa de crescimento (biomassa) apresentou maior variação na espécie A. floridana, com diferença significativa para o tratamento rede com a folha M. stipitatum. Essa diferença pode estar relacionada ao curto período de tempo dos experimentos e também à suscetibilidade desta espécie às variações ambientais. A sobrevivência acumulada não apresentou diferença significativa entre os tratamentos. Com esses resultados, sugerimos o tratamento acesso para calcular as taxas de consumo e crescimento por este não necessitar evitar a coprofagia. Para cálculos de digestibilidade, sugerimos o tratamento retirada porque este apresenta valores mais acurados já que evita a coprofagia e a decomposição microbiana. O tratamento rede não é aconselhável para animais pequenos, já que os animais podem ultrapassar a rede e ter acesso às fezes e também afastar-se do alimento. Entretanto, esse tratamento pode ser uma boa alternativa para evitar a interferência do gesso no peso das fezes dos animais maiores como B. glaber e A. vulgare que são mais resistentes à flutuação da umidade da unidade. ...
Abstract
Isopods consume feces in laboratory conditions although it is not known if coprophagy affects feeding rates. Here, we investigate the effects of coprophagy on consumption and growth (biomass) rates and on assimilation efficiency in order to suggest the best methodological design. We used three species of isopods representing different eco-morphological groups and leaves with low and high nitrogen content. We tested three treatments: (1) free access to feces; (2) periodically removal of feces an ...
Isopods consume feces in laboratory conditions although it is not known if coprophagy affects feeding rates. Here, we investigate the effects of coprophagy on consumption and growth (biomass) rates and on assimilation efficiency in order to suggest the best methodological design. We used three species of isopods representing different eco-morphological groups and leaves with low and high nitrogen content. We tested three treatments: (1) free access to feces; (2) periodically removal of feces and (3) net acting as a barrier to the pellets. We did not find any significant difference in any isopod or leaf species for consumption rate. Assimilation efficiency did not differ significantly for any species either. Growth rate was significantly different for the species Atlantoscia floridana with the leaf Machaerium stipitatum and it may be due to the short duration of experiments and the isopod’s susceptibility to environmental changes. With our results, we suggest treatment 6 access in order to study consumption and growth rates because it does not require any special material nor extra time. For assimilation, we suggest treatment removal because it provides more accurate values. More delicate species such as A. floridana require larger sample number and/or longer experiment duration in order to analyze the data. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Bacharelado.
Coleções
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TCC Ciências Biológicas (1355)
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