As relações intercoreanas no Pós-Guerra Fria : diplomacia, dissuasão e política internacional
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Data
2019Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
O presente trabalho tem como proposta central analisar como as relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul se desdobraram no pós-Guerra Fria, principalmente no que tange as tentativas de resolução do conflito. Assim, pretende-se estudar a política externa da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, buscando identificar as principais dificuldades para a construção de relações bilaterais com diálogo permanente, independentes de oscilações políticas internacionais ou de governos avessos à aproxi ...
O presente trabalho tem como proposta central analisar como as relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul se desdobraram no pós-Guerra Fria, principalmente no que tange as tentativas de resolução do conflito. Assim, pretende-se estudar a política externa da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, buscando identificar as principais dificuldades para a construção de relações bilaterais com diálogo permanente, independentes de oscilações políticas internacionais ou de governos avessos à aproximação. Com esse objetivo, busca-se compreender o processo de formação de ambos os Estados após a Revolução Coreana, averiguar como as suas políticas externas evoluíram a partir dos anos 1990 e, por fim, traçar o panorama atual das relações na península. Essa análise parte de uma perspectiva de três níveis: o doméstico (intercoreano), o regional e o internacional. Ao longo do estudo, torna-se perceptível o fato de que as relações intercoreanas são intensamente atribuladas devido às contradições existentes entre esses três níveis, que, ao mesmo tempo que sobrepõem-se, também apresentam elementos que antagonizam entre si, impedindo a normalização das relações entre as Coreias. Constata-se, portanto, que, no plano regional, as relações intercoreanas sofrem influência de elementos domésticos de ambos os Estados, principalmente em relação às tendências políticas dos governos na Coreia do Sul. No plano internacional, tais relações também são afetadas pela ação de atores externos, em especial, os posicionamentos norte-americanos. Percebeu-se assim que a Coreia do Norte tem uma política externa fundamentalmente reativa aos demais atores internacionais, visando a autopreservação do seu sistema político. As tentativas de diálogo encontram como obstáculo principal a temática da desnuclearização, refletindo incompreensão sobre a natureza do programa nuclear norte-coreano. Além de representar uma garantia de dissuasão para os norte-coreanos, o programa nuclear e o brinkmanship também servem como meio de angariar uma posição mais favorável no sistema internacional, utilizando as capacidades nucleares como material de barganha. É pouco provável, portanto, que a Coreia do Norte desista do seu programa nuclear em sua totalidade sem que Washington faça concessões ou ofereça garantias securitárias suficientes aos norte-coreanos. ...
Abstract
The present work has as its main objective the analysis about how the relations between North Korea and South Korea unfolded in the post Cold War, especially regarding attempts to resolve the conflict. Thus, it intends to study the North Korea’s and South Korea’s foreign policy, seeking to identify the main difficulties for building bilateral relations with permanent dialogue, regardless of international political oscillations or governments that are averse to an approach. With this objective, ...
The present work has as its main objective the analysis about how the relations between North Korea and South Korea unfolded in the post Cold War, especially regarding attempts to resolve the conflict. Thus, it intends to study the North Korea’s and South Korea’s foreign policy, seeking to identify the main difficulties for building bilateral relations with permanent dialogue, regardless of international political oscillations or governments that are averse to an approach. With this objective, it seeks to understand the process of formation of both states after the Korean Revolution, to investigate how their foreign policies evolved from the 1990s and, finally, to draw the current panorama of relations in the peninsula. This analysis is based on a three-level perspective: the domestic (inter-Korean perspective), regional, and international levels. Throughout the study, it becomes evident that inter-Korean relations are intensely troubled due to the contradictions between these three levels, which, while overlapping, also present elements that antagonize each other, preventing the normalization of the relations between the Koreas. Therefore, at the regional level, inter-Korean relations are influenced by domestic elements of both states, especially regarding the political tendencies of governments in South Korea. At international level, such relations are also affected by the action of external actors, especially the US positions. Thus, it was realized that North Korea has a foreign policy fundamentally reactive to other international actors, aiming at the self-preservation of its political system. Dialogue attempts face denuclearization as the main obstacle, reflecting misunderstandings about the nature of the North Korea's nuclear program. In addition to representing a deterrent to North Koreans, the nuclear program and brinkmanship also serve as a means of attaining a more favorable position in the international system, by using nuclear capabilities as a bargaining material. It is therefore unlikely that North Korea will give up its nuclear program entirely without Washington making concessions or offering enough security guarantees to North Koreans. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Curso de Relações Internacionais.
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